ATA DA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 23-02-2005.
Aos vinte e três dias do mês de fevereiro de dois
mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Brasinha, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti,
Neuza Canabarro e Raul Carrion. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Almerindo Filho, Comassetto, DJ Cassiá Gomes, Elias Vidal, Ervino
Besson, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela, Márcio Bins Ely, Maurício
Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Odone, Professor Garcia,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de
quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram
encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 067/05 (Processo nº
1213/05); pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Pedido de Providências nº 189/05
(Processo nº 1117/05) e o Pedido de Informações nº 043/05 (Processo nº
1118/05); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos
183, 184 e 185/05 (Processos nos 1102, 1103 e 1104/05,
respectivamente); pela Vereadora Maristela Meneghetti, o Pedido de Informações
nº 035/05 (Processo nº 1035/05); pela Vereadora Mônica Leal, o Pedido de
Providências nº 192/05 (Processo nº 1132/05) e o Projeto de Resolução nº 064/05
(Processo nº 1094/05); pela Vereadora Neuza Canabarro, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 048/05 (Processo nº 1120/05) e o Projeto de Resolução nº 063/05
(Processo nº 1076/05). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 055/05,
do Vereador Ari Pauletti, Presidente da Câmara Municipal de Planalto – RS;
055/05, do Vereador Pedro Soares de Freitas, Presidente da Câmara Municipal de
Encruzilhada do Sul – RS; 058/05, do Vereador Alfredo Maurício Barbosa Borges,
Presidente da Câmara Municipal de Lavras do Sul – RS. Em continuidade, o
Vereador Claudio Sebenelo informou que Sua Excelência, bem como os Vereadores
João Carlos Nedel, DJ Cassiá Gomes, Mônica Leal, Aldacir Oliboni e Sebastião
Melo, integrantes da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, se ausentarão da
presente Sessão para acompanhar problemas relacionados ao estado de abandono em
que se encontra o Posto de Saúde do Bairro IAPI. Em TEMPO DE PRESIDENTE, o
Vereador Elói Guimarães examinou o convênio firmado ontem entre a Câmara
Municipal de Porto Alegre e a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do
Sul, que tem como objetivo a criação da TV Legislativa. Nesse contexto,
procedeu à leitura do documento firmado entre essas duas instituições, frisando
o baixo custo dessas transmissões para este Legislativo e mencionando os
Municípios que terão acesso às imagens desse novo canal de televisão. Na
ocasião, foi apregoado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/05
(Processo nº 1087/05), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib parabenizou a Associação dos Funcionários
Municipais de Porto Alegre – AFM – pelo seu octogésimo segundo aniversário,
comemorado hoje, lendo trechos da ata de fundação dessa instituição. Nesse
sentido, discorreu acerca da história da AFM, desde sua fundação até hoje,
ressaltando o bom relacionamento com os Prefeitos Municipais e elogiando o
trabalho de construção e manutenção do Hospital mantido por essa entidade. Na
oportunidade, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, deferido pelo
Senhor Presidente, solicitando o envio de cópias do discurso do Vereador João
Antonio Dib, em Comunicação de Líder, ao Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre e ao Senhor Secretário Municipal da Saúde. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e a Vereadora Clênia Maranhão
formulou Requerimento verbal, aditado pelo Vereador Raul Carrion, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Na
ocasião, a Vereadora Maria Celeste e o Vereador João Antonio Dib formularam
Requerimentos verbais, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando a relação
e cópia dos Processos a serem apreciados durante a presente Sessão. Às quatorze
horas e quarenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e quarenta e oito minutos, constatada a
existência de quórum. Após, foi aprovado o Requerimento nº 044/05 (Processo nº
1109/05 – Seja expresso aos Deputados Federais e Senadores o desejo de que
sejam barradas as imposições de aumento de imposto para empresas prestadoras de
serviços e agricultores, contidas na Medida Provisória nº 232, em tramitação no
Congresso Nacional, mantendo-se as disposições referentes a alterações da
tabela do Imposto de Renda), de autoria do Vereador Bernardino Vendruscolo, por
quinze votos SIM e seis ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores Bernardino Vendruscolo, Raul Carrion, José Ismael Heinen, Ervino
Besson, Sebastião Melo e Maria Celeste, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Ervino Besson, tendo votado Sim os Vereadores Bernardino Vendruscolo,
Clênia Maranhão, Elias Vidal, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Manuela, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício
Dziedricki, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Raul Carrion e Sebastião Melo e
optado pela Abstenção os Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Comassetto,
Maria Celeste, Maristela Maffei e Sofia Cavedon e tendo apresentado Declaração
de Voto, conjuntamente, os Vereadores Maristela Maffei, Maria Celeste, Adeli
Sell, Comassetto, Carlos Todeschini e Sofia Cavedon. Na oportunidade, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem de votação dos Requerimentos
da presente Sessão. Também, em face de Questões de Ordem e manifestações
formuladas pelos Vereadores Bernardino Vendruscolo, Raul Carrion e Luiz Braz, o
Senhor Presidente prestou informações acerca do teor do Requerimento nº 044/05.
Foi aprovado o Requerimento nº 059/05 (Processo nº 1255/05 – Autorização para
representar externamente esta Casa na 4ª Bienal de Arte e Cultura da União
Nacional dos Estudantes e no XIV Congresso Latino-Americano de Estudantes, a
serem realizados do dia vinte e oito de fevereiro a três de março do corrente,
em São Paulo - SP, com ônus para este Legislativo), de autoria da Vereadora
Manuela, após ser encaminhado à votação pela Vereadora Manuela e pelos Vereadores
Adeli Sell, João Antonio Dib, Márcio Bins Ely, Sebastião Melo, Raul Carrion e
Maurício Dziedricki. Foi rejeitado o Requerimento nº 048/05 (Processo nº
1139/05 – Moção de Repúdio ao aumento do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços, promovido pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul,
em dezembro de dois mil e quatro), por nove votos SIM, treze votos NÃO e duas
ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Maristela Maffei,
Luiz Braz, Sebastião Melo, Elias Vidal, Sofia Cavedon, João Antonio Dib, Raul
Carrion, Neuza Canabarro e Professor Garcia, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Carlos
Todeschini, Comassetto, Manuela, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti,
Raul Carrion e Sofia Cavedon, Não os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Clênia
Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz
Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro e Sebastião Melo e tendo optado pela Abstenção os Vereadores José
Ismael Heinen e Professor Garcia, este com Declaração de Voto. Após, a
Vereadora Maristela Maffei formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor
Presidente, solicitando que o resultado da votação do Requerimento nº 048/05
seja encaminhado à Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e à
Associação da Classe Média em Defesa dos Interesses do Rio Grande do Sul –
ACLAME. Foi aprovado o Requerimento nº 050/05 (Processo nº 1153/05 – Moção de
Apoio ao trabalho conjunto desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, Secretarias e Administração Indireta, em face do incêndio ocorrido na
Vila Central dos Papeleiros no dia quinze de fevereiro do corrente), de autoria
do Vereador Maurício Dziedricki, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores Maurício Dziedricki, Adeli Sell, Mario Fraga, Raul Carrion e
Bernardino Vendruscolo. Foi votado o Requerimento nº 041/05 (Processo nº
1065/05 – Moção de Solidariedade à Ministra Marina da Silva, pelo
reconhecimento da sua luta pela implantação mundial do Protocolo de Kyoto, pela
sua defesa assídua da assinatura desse documento e pela defesa que faz de um
modelo sustentável da Floresta Amazônica e das cidades), de autoria do Vereador
Comassetto, o qual obteve dezessete votos SIM, após ser encaminhado à votação
pelos Vereadores Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, José Ismael
Heinen e Manuela, em votação nominal solicitada pela Vereadora Maristela
Maffei, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Clênia
Maranhão, Comassetto, DJ Cassiá Gomes, João Antonio Dib, José Ismael Heinen,
Manuela, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Raul Carrion, votação esta declarada nula
pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às
dezessete horas e trinta e nove minutos, constatada a inexistência de quórum
deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando
os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e João Carlos Nedel
e secretariados pelos Vereadores Nereu D’Avila e João Carlos Nedel, este como
Secretário “ad hoc”. Do que eu, Nereu D’Avila, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Cláudio
Sebenelo está com a palavra.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, nós queremos comunicar a
esta Presidência que hoje à tarde, às 14h30min, sairá da garagem uma viatura da
Câmara Municipal de Porto Alegre em direção ao Postão Vila do IAPI, para que a
Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa inspecione o Postão Vila do IAPI,
que foi motivo de noticiário importante no dia de ontem.
Irão os seguintes Vereadores: João Carlos
Nedel, DJ Cassiá Comes, Mônica Leal, Aldacir Oliboni e este Vereador. Muito
obrigado pela sua gentileza.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Deferido o
Requerimento. Será uma ação externa da Comissão de Saúde e Meio Ambiente que
estará no Postão 04 - Vila do IAPI, para cumprir a sua missão.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Inclua-se nesta lista
o Ver. Sebastião Melo, com sua preciosa presença.
(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos
trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra em Tempo de Presidente.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, ocupo este Tempo Especial para uma comunicação ao Plenário de um
Convênio que firmamos com a Assembléia Legislativa, para criarmos a TV
Legislativa. Nesse sentido, esta Presidência, juntamente com a Mesa, em nome
dos Srs. Vereadores, firmou com a Presidência da Assembléia Legislativa, na
pessoa do seu Presidente, Dep. Iradir Pietroski, e sua Mesa, em nome dos Srs.
Deputados, um Convênio, o qual procederei à leitura para que fique transcrito,
de resto, nos Anais, bem como outros dados que passarei à apropriação dos Srs.
Vereadores (Lê.): “Convênio. Convênio entre a Assembléia Legislativa do Estado
do Rio Grande do Sul e a Câmara Municipal de Porto Alegre. A Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, neste ato representada pelo seu
Presidente, Dep. Iradir Pietroski, doravante denominada Assembléia Legislativa,
e a Câmara Municipal de Porto Alegre, neste ato representada pelo seu
Presidente, Ver. Elói Guimarães, doravante denominada Câmara Municipal,
resolvem celebrar o presente Convênio, regulado pelas cláusulas a seguir
especificadas.
Do objeto.
Cláusula Primeira: O presente Convênio,
firmado entre a Assembléia Legislativa e a Câmara Municipal, tem por objetivo a
instituição da TV Legislativa, visando à operação integrada e compartilhada do
Canal Legislativo previsto na alínea “b” do inciso I do artigo 23 da Lei
Federal nº 8.977, de 6 de janeiro de 1995.
Cláusula Segunda: A utilização
compartilhada do Canal Legislativo se dará consoante grade de horários a ser
estabelecida entre os participantes, através de instrumento específico,
mantendo-se inalteradas as programações atualmente veiculadas.
Cláusula Terceira: A modificação dos
horários de compartilhamento que forem estabelecidos dependerá da prévia elaboração
de instrumento específico, salvo nas hipóteses de modificações excepcionais e
temporárias, as quais podem ser estabelecidas de comum acordo entre os
participantes.
Cláusula Quarta: A Assembléia Legislativa
cede, durante a vigência do presente Convênio, sem custos” – gizo: sem custos –
“à Câmara Municipal, um aparelho de microondas, competindo a esta última, neste
período, os encargos necessários à sua conservação e manutenção.
Cláusula Quinta: Na hipótese de programas
conjuntos, fica autorizada a utilização de tecnologias e equipamentos de ambos
os partícipes.
Cláusula Sexta: No caso da criação de
novos programas compartilhados, a definição e a direção dos mesmos será
realizada em comum acordo entre as Coordenadorias de Comunicação Social de
ambos os partícipes.
Da vigência.
Cláusula Sétima: O presente Convênio tem
prazo de vigência até 31 de dezembro de 2005.
Do Foro.
Cláusula Oitava: As partes elegem o foro
da Comarca de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, para dirimir as dúvidas ou
questões decorrentes deste instrumento.
E, assim, justas e acordadas, assinaram o
presente instrumento em 02 (duas) vias de igual teor e forma, na presença de 02
(duas) testemunhas, para que produza seus efeitos jurídicos e legais.
Porto Alegre, 22 de fevereiro de 2005.
Deputado Iradir Pietroski, Presidente da
Assembléia Legislativa e este Vereador, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre.”
Será passada a cópia do referido Convênio aos Srs.
Vereadores e às Sras Vereadoras.
A partir do dia 02 de março iniciaremos a referida
integração que, segundo informações de que dispomos, trata-se de uma parceria
inédita feita no País entre a Assembléia Legislativa e a Câmara Municipal da
Capital.
O que isso representará? É a pergunta que
se pode fazer.
Essas tratativas foram desenvolvidas ao
longo desse período, de janeiro a fevereiro, e chegamos ao entendimento e à
possibilidade técnica de se fazer, nas quartas-feiras, a partir do dia 02 de
março, a referida transmissão conjunta. Significa dizer que a Assembléia
Legislativa e a Câmara Municipal de Porto Alegre, nas quartas-feiras, terão
suas imagens transmitidas ao Interior do Estado. Os Vereadores e Vereadoras,
nas quartas-feiras, aparecerão, por assim dizer, nos seguintes Municípios: a
cidade de Porto Alegre, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Rio Grande, Cruz Alta,
Santa Maria, Passo Fundo, Pelotas, Santa Cruz, Lajeado, Bagé, Bento Gonçalves,
Capão da Canoa, Capão Novo, Erechim, Farroupilha, Gravataí e Uruguaiana.
Portanto, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nós convidamos o Presidente da Assembléia Legislativa, Dep. Iradir
Pietroski, a vir à Casa, mas, em face da sua agenda, isso não foi possível, e
gostaríamos de fazer o pronunciamento com a sua presença em nosso plenário. Ele
virá oportunamente.
Quero dizer que a Mesa da Câmara foi
muito bem recebida na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, na
solenidade que lá aconteceu.
Esta é a comunicação que gostaríamos de
fazer: todos sabem que foi instalada, aqui na Casa, para que fosse permitida a
transmissão conjunta, uma antena de microondas que se direciona para a antena
da Assembléia Legislativa. Ela envia os dados para o satélite para que se possa
atingir o Estado do Rio Grande do Sul.
É, em linhas gerais, o que gostaríamos de
informar. Quero agradecer a todo o conjunto de instrumentos da Casa: ao Demian
Couto, que dirige a Comunicação Social da Casa; à TV Lumière, pelos seus
repórteres, pelos seus funcionários, TV essa que faz a cobertura dos trabalhos
da Casa, enfim a todos que, direta ou indiretamente, aqui trabalham para que
isso aconteça; também à Assembléia Legislativa, que, de uma forma ou de outra,
pelo responsável, lá, o Marcelo Villas-Boas e por outros integrantes dos
setores, atuam nessa área.
Esta é a informação que gostaríamos de
dar. Queremos ainda dizer que é um passo importante, porque um dos princípios
da democracia é, inquestionavelmente, a visibilidade, a transparência. Numa
sociedade de massa, não se alcança a visibilidade, a transparência, se não
tivermos o apoio do instrumental da comunicação social; no caso, o que
possuímos na Casa é a nossa TVCâmara.
Então, na medida em que se ampliam as
possibilidades e se qualificam as ações, nós estamos cumprindo um preceito,
diria, da própria democracia, que é, exatamente, levar informações ao povo, que
tem o direito subjetivo à informação, que tem o direito subjetivo a saber o que
se passa no interior das instituições, enfim, em última análise, saber dos seus
interesses.
Portanto, fica aqui a nossa manifestação
para agradecer a todos por esse pequeno avanço, que é importante para a
comunicação, principalmente da Câmara Municipal de Porto Alegre, que, a custo
zero, vai levar os seus Vereadores, às quartas-feiras, porque teremos aqui na
Câmara repórteres, às quartas-feiras, e, também, na Assembléia Legislativa,
para entrevistas.
Exemplificativamente: um projeto é
debatido na Assembléia; o Vereador será - dependendo da matéria, evidentemente
- ouvido sobre o projeto que está sendo debatido na Assembléia; vice-versa: o
Deputado será ouvido sobre determinado projeto que porventura esteja sendo
debatido aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre.
Portanto, ficam aqui os nossos
agradecimentos. Quero dizer que esse convênio é extremamente importante para o
exercício das nossas atividades. Obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
(O Ver. Elói Guimarães reassume a
presidência dos trabalhos.)
O
SR. 1º VICE-PRESIDENTE (João Carlos Nedel):
Apregôo o Projeto de Lei de minha autoria que institui no
âmbito do Município estímulo por
contribuição social aos contribuintes
do ISSQN e IPTU.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, por certo
aqueles três jovens que em janeiro de 1923 se reuniram para pensar sobre os
problemas que viviam os municipários tinham muita sensibilidade e capacidade de
respostas. Nesse dia, foi feita uma ata com o seguinte teor (Lê.): “A comissão
abaixo assinada, tendo em vista a necessidade que se ressentem os funcionários
municipais, de um organismo sob cuja égide possam eficientemente pugnar pelos
interesses da coletividade, como também para atenuar as dificuldades pessoais
de seus integrantes, a exemplo do que se procede em outras coletividades,
algumas menos numerosas que a nossa, lançam, nesta oportunidade, a idéia da
Associação dos Funcionários Municipais.
Convictos de que os nossos distintos
colegas, mesmo aqueles que do auxílio da associação prescindirem, inspirados
por elevados sentimentos de coleguismo e humanidade, envidarão todos os seus
esforços no sentido de tornar efetiva esta antiga e justa aspiração da maioria
dos membros componentes da nossa classe, esperam que todos se congreguem em
torno deste ideal, estabelecendo uma verdadeira e sincera comunhão".
E aí estava a sensibilidade deles quando
encerram, dizendo: “Plantamos hoje, em terra fértil, a semente que breve
desabrochará, e mui cedo frutificará.
“Porto Alegre, janeiro de 1923.”
Assinaram: Júlio Lopes dos Santos
Sobrinho, Arthur de Moura Toscano e Antônio Francisco da Rocha, que teria mais
tarde seu filho Rui Vieira da Rocha como um dos melhores presidentes que a AFM
teve.
Essa sensibilidade daqueles servidores
fez que, no dia 23 de fevereiro de 1923, portanto há 82 anos passados, na sede
do Clube Caixeiral, eles fundassem a Associação dos Funcionários Municipais, 36
servidores estavam presentes, como 36 Vereadores nós temos hoje, e se eles
puderam fazer uma Associação tão grande pelo seu espírito de doação, nós, 36
Vereadores, também podemos ajudar esta Cidade a crescer bastante.
A primeira sede deles foi na Rua da
Praia, ao lado do jornal Correio do Povo; depois, na Rua General Câmara, ao
lado do Café Colombo; depois, no Mercado Público, numa sala cedida pela
Prefeitura. Mas o espaço era cada vez menor, e a Associação crescia, e outro
Prefeito com sensibilidade, o Prefeito Ildo Meneghetti, com a aprovação da
Câmara Municipal, doa à Associação dois pavimentos do Edifício Brasília, onde
hoje ainda se mantém a sede administrativa da AFM.
Já em 1964, outro Prefeito, Célio Marques Fernandes, com
sensibilidade, doa a área para que lá se fizesse o Hospital dos Funcionários
Municipais, 15.000 metros quadrados de área que tem estaqueamento pronto, mas
infelizmente não conseguiu a Associação dos Funcionários Municipais fazer o
Hospital que deveria ter 12 pavimentos, e não tem, na Cidade, melhor lugar para
fazer um hospital do que ali.
Em dezembro de 1970, o Prefeito Telmo
Thompson Flores, muito sensível, sentindo as dificuldades dos servidores e dos
seus familiares, fez com a Associação um convênio de atendimento de grande
risco, porque verificava que os municipários doentes não tinham como se
socorrer, como buscar solução. E desse convênio não só servidores, inclusive
Vereadores também se utilizaram. E em 1970, ainda, fizeram a Unidade de
Internamento Psiquiátrico da AFM, ali na Rua Dr. Florêncio Ygartua, foi alguma
coisa que orgulhou os serviços médicos desta Cidade, e que, portanto, deu início
ao que seria um hospital da AFM. Dali passaram para a Rua Gen. João Telles,
onde durante um bom tempo permaneceram, era uma Unidade de Internamento Clínico
Cardiológico, e havia 30 leitos. Mas o próprio Prefeito Thompson, que havia
assinado o convênio, entendeu de auxiliar a AFM para iniciar a construção do
seu hospital e lhe deu recursos. Eu tive a honra de presidir a Comissão de
Obras que construiu aquele Hospital que lá está. Posteriormente, o Prefeito
Guilherme Socias Villela também deu recursos e o Hospital continuou sendo
construído, e teve o seu primeiro bloco inaugurado, do projeto total, destinado
à Geriatria, para acolher os servidores municipais que não tivessem recursos ao
tempo de sua aposentadoria e não tivessem mais familiares para cuidá-los. O
Prefeito continuou dando mais assistência e todos os Prefeitos assim o fizeram,
a não ser a Prefeitura dos últimos dezesseis anos, que fixou o valor para o
Convênio e em 13 anos não o reajustou nenhuma vez. A Prefeitura sempre colocou
a espada sobre a cabeça dos dirigentes da AFM; dava recursos por três meses,
nunca para o ano todo. E eu, reiteradas vezes, convidei o Prefeito João Verle
para que fosse na Associação dos Funcionários Municipais, às 9 horas de
qualquer dia da semana, sem avisar, para ver o quanto a AFM, no seu pequeno
Hospital, dá de atendimento para os servidores municipais - nunca consegui que
ele fizesse isso. Ele saberia o quanto a AFM presta de serviço à Prefeitura. Os
funcionários vão lá, são atendidos e não precisam correr nas portas das
Secretarias.
Mas eu disse que tive orgulho de ter
construído aquele Hospital que lá está, mas muito mais orgulho senti quando fui
à inauguração de uma ampliação feita pelo trabalho da Presidência da AFM. O
Presidente da AFM, com os servidores, construiu uma parte para atendimento dos
serviços de Assistência Mental. Por isso, hoje, quando a AFM completa 82 anos,
eu quero, na pessoa do seu Presidente Hélio Matos Vargas, dizer que eu tenho
orgulho de ver aquilo que eles conseguiram fazer com a falta de apoio da
municipalidade. Espero que o novo Prefeito ajude a AFM a continuar os seus
serviços, e faço, na pessoa do médico Mário Henrique Filho, a homenagem a todos
aqueles que fazem o atendimento de Saúde dos municipários - e que maravilhoso
atendimento fazem eles sem maiores recursos, mas o coração parece superar a
falta de verbas.
Por isso, o meu Partido, o Partido
Progressista, abraça os servidores municipais, a Direção e os integrantes da
AFM. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Quero saudar o Ver.
João Antonio Dib que falou em nome da Mesa, homenageando os 82 anos da AFM e o
Hospital Porto Alegre, inclusive, mencionando o nome do grande batalhador
daquela Instituição que é o Sr. Hélio
Matos.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra.
O
SR. ADELI SELL (Requerimento): Requeiro que se envie
o pronunciamento do Ver. João Antonio Dib ao Sr. Prefeito Municipal e ao
Secretário Municipal da Saúde, se houver a concordância, evidentemente, do
Plenário.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Deferido, Vereador. Eu
quero ponderar ao Plenário que à Direção dos trabalhos, ao Presidente, não
corresponde instar os Srs. Vereadores a ocupar aqueles espaços que são suas
prerrogativas de tribuna, porque o Ver. João Antonio Dib falou em Liderança,
não há Lideranças inscritas, teremos de entrar agora na Ordem do Dia. Se não
receber inscrições para falar em Liderança, eu vou, imediatamente, ingressar na
Ordem do Dia. Como lembrete: se algum Vereador desejar inscrever-se em
Liderança, que o faça, pois agora, como em outras oportunidades, não cabe ao
Presidente instar os Srs. Vereadores a tomar as iniciativas que são de suas
responsabilidades.
Os Requerimentos são a matéria objeto da
Ordem do Dia. A Verª Clênia Maranhão está com a palavra.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente, a
proposta é que os Requerimentos sejam discutidos, por um acordo de Lideranças,
na seguinte ordem: Requerimento nº 044/05, Requerimento nº 048/05, Requerimento
nº 050/05, Requerimento nº 041/05, Requerimento nº 053/05 e o Requerimento s/nº
de autoria do Ver. Nereu D’Avila.
O
SR. RAUL CARRION (Requerimento): Sr. Presidente, eu
queria fazer um adendo, ver se há concordância do Plenário. Há um Requerimento
da Verª Manuela - desde 11 de janeiro -, solicitando autorização para uma
viagem em nome da Casa. Informa-me a Diretoria Legislativa que não estava na
relação, mas que está ingressando. Como é questão de viagem, e na próxima
segunda-feira inicia-se o evento, e como, evidentemente, a Vereadora deverá
viajar já no final de semana, solicito que iniciássemos por este Requerimento e
em seguida os demais.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Raul Carrion,
essas providências já estão sendo tomadas e tão logo tenhamos em mãos o
Requerimento da Verª Manuela o introduziremos para a votação, sem prejuízo.
Eu vou reproduzir o Requerimento para que
seja votado.
A
SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr. Presidente, por
gentileza, precisaria que a Diretoria Legislativa distribuísse para os demais
Vereadores a ordem dos Requerimentos, que ainda não recebemos, para podermos
acompanhar.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu solicitaria à
Diretoria Legislativa que distribuísse ao Plenário a lista dos Requerimentos.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu
não recebi a relação dos Requerimentos e, muito menos, vi atendida aquela
solicitação que fiz para que, na Ordem do Dia - é na Ordem do Dia que nós
votamos os Requerimentos -, nós tivéssemos cópia do processo, como nós temos
cópia de todas as matérias que nós votamos.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu
vou suspender os trabalhos por dois minutos, para que seja distribuído o rol
dos Requerimentos.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h42min.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 14h48min): Estão
reabertos os trabalhos.
Distribuído o material, nós colocaremos
em votação, em primeiro lugar, o Requerimento nº 044/05; em segundo, o
Requerimento nº 048/05; em terceiro, o Requerimento nº 050/05; em quarto, o
Requerimento nº 041/05; e, em quinto, o Requerimento nº 053/05. O sexto é o
Requerimento do Ver. Nereu D’Avila e da Verª Maristela Maffei, sem numeração.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente, por
solicitação dos membros da CUTHAB, queríamos acrescentar, ao final dessa lista,
o Requerimento nº 055/05, que é assinado pelo conjunto dos Vereadores da
CUTHAB.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Requerimento nº
055/05 será o sétimo a ser votado.
Em votação o Requerimento nº 044/05, de
autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo. O Ver. Bernardino Vendruscolo está com
a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 044/05.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver.
Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Medida
Provisória nº 232, que pretende elevar a carga tributária das empresas
prestadoras de serviço, merece o nosso repúdio, tendo em vista que esse
segmento é um dos que mais emprega no Brasil e também é um dos segmentos que
não suporta mais aumento da carga tributária. Na medida e no momento em que nós
estamos, no Brasil inteiro, trabalhando no sentido de fazer com que as empresas
e os profissionais trabalhem na formalidade, cada vez que aumentamos impostos,
jogamos essas pessoas e essas empresas para a informalidade. A nossa Moção de
Repúdio é nesse sentido.
Nós estamos aqui com o recorte do jornal
O Sul, que, em sua chamada, diz o seguinte: “Severino, o novo herói dos
empresários”. Vejam que, sem querer fazer uma crítica – e eu não tenho o
direito de fazer crítica àquele que foi eleito Presidente do Congresso Nacional
-, neste momento, as empresas do Brasil inteiro aceitam todos os apoios, não
importa de onde, dada a angústia, a incerteza pelos impostos que são
insuportáveis; a carga tributária não tem mais espaço, encheu o balde, está
jogando água para fora.
Lamentavelmente, nosso Presidente vem
aumentando seu currículo todo dia. Temos um vasto currículo do Presidente neste
pequeno tempo em que ele está no Executivo Nacional, que consegue somar uma
infinidade de leis que, na grande maioria, pretende aumentar impostos ou
dificultar a vida do povo brasileiro.
A pedido dos nobres Pares, fizemos uma
ressalva em nossa Moção, mantendo a disposição referente à alteração da tabela
do Imposto de Renda. Achamos que a Medida Provisória deve receber o nosso
repúdio não no todo, pois devemos manter aquilo que traz benefício ao povo
brasileiro. Aproveitamos este nosso espaço para fazer um esclarecimento àqueles
que assistem à TVCâmara e aos demais aqui presentes já que, na Sessão anterior,
alguns Vereadores ocuparam este espaço para fazer críticas às Moções, e só
faltaram colocações no sentido de que não teríamos coisa melhor para fazer.
Respondo a esses caros colegas, com todo o respeito, que, como no momento não
temos projetos na Pauta a serem votados, só nos resta esse trabalho, que está
regulamentado e é permitido pelo regramento desta Casa. Então, não cabe aqui
Vereadores tomarem esta tribuna e procurarem chamar a atenção da opinião
publica no sentido de que nesta Casa só se faz Moção. E eu, como Parlamentar da
base do Governo, não posso dar o privilégio somente à oposição de fazer Moções;
senti-me na obrigação e permaneço com esta opinião de que, na medida em que
tenho condições de apresentar propostas, vou apresentá-las. Quanto aos Vereadores
que tomaram esta tribuna chamando a atenção para os excessos de Moções,
gostaria de lembrar-lhes que nós não temos Pauta, por enquanto, não temos
Projetos a serem votados, e o regulamento desta Casa passou pela mão da maioria
deles. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR.PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Raul Carrion
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 044/05.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães,
demais Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem, na Sessão anterior,
conversei com o Ver. Bernardino Vendruscolo, mostrando a ele que uma Moção de
Repúdio à Medida Provisória, em si, seria um equívoco, porque esta Medida Provisória,
depois de anos e anos, Ver. Bernardino, corrige a Tabela do Imposto de Renda,
que o Governo Fernando Henrique manteve congelada, o que significou um aumento
de imposto para a cidadania do País, ou seja, a inflação nos seus oito governos
chegou a 70%, ou mais, ele não corrigiu a Tabela do Imposto de Renda, e isso
significou um aumento de 70% no imposto da população! Então, a medida tem esse
aspecto positivo. Pela primeira vez, Ver. Ervino, em 10 anos se corrige a
Tabela do Imposto de Renda. Agora, ela colocou, no seu art. 11, uma
compensação, aumentando o imposto para advogados, médicos, etc., uma pressão da
área econômica, que, infelizmente, no nosso entender, no entender do PCdoB, não
está ainda no rumo necessário. Então, eu penso que a Moção – e o próprio Ver.
Bernardino a modificou – não é de repúdio à MP. Eu vou ler aqui a nova versão
do Vereador, e aí eu concordo. (Lê.) “A Câmara Municipal de Porto Alegre
expressa aos Srs. Deputados e Senadores o seu desejo de que sejam barradas as
imposições de aumento de imposto para as empresas prestadoras de serviços e
agricultores. Mantendo-se as disposições referentes a alterações da Tabela do
Imposto de Renda, que são justas e reivindicadas pela sociedade brasileira”. Se
elas são justas e são reivindicadas pela sociedade brasileira, Vereador, eu não
as posso repudiar. Eu acho que a anterior era de repúdio; esta está bem
posicionada, e aí nós apoiamos.
Eu quero, inclusive, dizer que a Bancada
do PCdoB, por intermédio da nossa Deputada Vanessa Grazziotin, do Amazonas,
propõe a supressão do art. 11, que é o artigo que causa o aumento, e a
supressão do art. 10 da MP, que estabelece como única instância de recurso de
contribuinte para processos que haja nesse terreno a própria Receita Federal,
ou seja, exclui os pequenos devedores do direito de recorrerem ao Conselho de
Contribuintes, que é mais amplo. Então, nós também achamos errado esse artigo,
essa determinação, porque tanto o grande como o pequeno devem ter direito de
recorrer aos Conselhos que têm essa atribuição.
Concluindo, nos achamos que a MP, Verª
Neuza Canabarro, depois de 10 anos, é um avanço, porque corrige a Tabela do
Imposto de Renda, que era uma reivindicação, mas ela embute dois artigos que
são negativos, e para um deles o Ver. Bernardino chama a atenção, faz uma Moção
solicitando aos Deputados que derrubem esse aumento das contribuições. Por
isso, a posição da Bancada do PCdoB, minha e da Verª Manuela, Líder da Bancada,
é no sentido de apoiar essa segunda versão da Moção do Ver. Bernardino, que
mantém o que é bom, que é a correção da Tabela, faz a crítica e pede uma posição
da Câmara Federal e do Congresso contrária à alteração e aumento do imposto.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 044/05.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, estamos, em nome do Partido da Social Democracia
Brasileira, encaminhando favoravelmente - já coloco de antemão - a Moção de
Repúdio à Medida Provisória nº 232.
Srs. Vereadores, nobres colegas,
haveremos de convir que o Governo Federal, sob o pretexto de conceder uma
correção de apenas 10% na Tabela do Imposto de Renda, está propondo a criação e
aumento de um monte de impostos a mais. Fere, inclusive, a ética da verdade, quando
se ouve falar em comentários de que, para compensar o aumento de 10% apenas na
Tabela do Imposto de Renda, nos últimos dois anos até os dias de hoje, chegamos
à defasagem de quase 23%. A sociedade brasileira, a massa pagadora dos impostos
que paga o Imposto de Renda teria que ter não corrigido em 10%, mas em 17%,
quando entrou o Projeto. Hoje já chega a 22,5%, quase 23% acumulados nos
últimos dois anos. E vem dizer que - para poder compensar um monte de ajustes
de impostos - propõe um aumento da alíquota de 32% para 40%, que anteriormente
era de 12%, quer dizer 20%. Nós já tivemos mais de 100% de reajuste, neste
Governo Federal, da Cofins.
Nós vemos uma dificuldade, hoje, da massa
contribuinte, nessa gandaia de
inúmeros impostos que se colocam em cima do contribuinte. Até a imprensa
especializada não sabe dizer, certamente, quantos impostos os brasileiros têm
que pagar. Um jornal diz que são 61, o outro diz que são 74, e assim por
diante.
Todos nós sabemos que o nosso País
ultrapassou a barreira no sentido de ser um dos países que mais cobram impostos
no mundo.
De antemão, nesta minha intervenção sobre
esse tema, eu quero deixar claro, perante os senhores Pares, que sempre serei
frontalmente contrário quando vier à tona qualquer aumento de taxa, de imposto,
porque julgamos que aumentar impostos é uma maneira fácil de administrar,
chegando às raias da incompetência, pois é muito fácil, nós, para fazermos
qualquer coisa, para buscarmos receita, simplesmente aumentarmos os impostos. E
isso se aplica ao aumento das taxas públicas. É muito fácil querermos retribuir
serviços com aumentos de impostos onde, inclusive, não há concorrência de
mercado, como, por exemplo, aumentar a tarifa da água do DMAE.
Nós, nos últimos anos, que estávamos do
outro lado, pagando, como éramos empresários, sentíamos até um certo pavor no
que se refere aos reajustes das taxas públicas. Vê-se que o carro-chefe da
inflação, nos dias de hoje, são as taxas públicas geradas logicamente, também
pelos impostos.
Concluindo, foi muito apropriada essa
moção de censura, ou de repúdio, do nosso colega Bernardino Vendruscolo. Não
temos que aceitar nem modificações na Medida Provisória nº 232.
Temos, sim, que pedir ao Governo Federal
para que corrija a Tabela do Imposto de Renda no seu devido valor, em vez de
corrigir a Tabela do Imposto de Renda em 10%. Nos últimos dois anos seria de
17% e, hoje, a defasagem do Governo Lula seria em tono de 23%.
Reafirmo, novamente, que administrar
meramente aumentando impostos e taxas demonstra uma incompetência
administrativa. Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos proceder
a uma retificação na ordem dos Requerimentos a serem votados. O Requerimento nº
056/05 será o quinto a ser votado, na ordem de votação. O Requerimento nº
053/05 está fora dessa ordem. Na realidade, houve um equívoco. Portanto, o
Requerimento nº 056/05 é o quinto a ser votado.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento nº 044/05.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores que nos assistem das galerias e também pela
TVCâmara, queria saudar a todos. A Bancada do PDT - eu falo em nome da Bancada
neste momento - é totalmente favorável à Moção apresentada pelo colega Ver.
Bernardino. O Ver. Raul Carrion talvez não tenha lido a totalidade da
justificativa apresentada pelo Ver. Bernardino. Ver. Raul Carrion, agradeço a
V. Exª por estar me assistindo com tanta atenção. Mas, vejam bem, que a Moção
do Ver. Bernardino diz que esse aumento de imposto previsto na Medida
Provisória nº 232 é altamente prejudicial aos interesses da Nação, porque
penalizará especialmente centenas de milhares de pequenas empresas que passaram
a ser violentamente taxadas, as quais são responsáveis por uma enorme gama de
empregos.
Meus caros colegas Vereadores e
Vereadoras, eu tenho dito desta tribuna, algumas vezes, e repito no dia hoje,
que ultimamente neste País é uma praxe dos nossos governos, principalmente do
Presidente da República, governar este País à base de decretos e medidas
provisórias. Acho que tanto o Presidente, como o Governador, como o Prefeito,
têm de ter essa prerrogativa. Mas, acho que tem de ser um pouco mais restrita,
porque a população tem de participar mais; os segmentos da nossa sociedade
devem ser mais ouvidos. Porque isso não é possível! Há muito tempo este País,
principalmente no poder central, o nosso Presidente, usa demasiadamente o poder
de governar por decretos e medidas provisórias. Isso é muito ruim para a Nação!
É o que está acontecendo agora com esse aumento.
O nosso País é, no mundo, onde mais se
paga imposto. Eu tenho uma pequena lembrança – peguei no final, hoje pela
manhã, num programa de rádio – que a carga tributária neste País, vocês, meus
queridos amigos e amigas, e vocês que me assistem nas galerias, em qualquer
produto que vocês compram hoje, numa lancheria, num mercado, na fruteira,
enfim, estão contribuindo na base de 43% do valor em impostos. É muito dinheiro!
Quarenta e três por cento de impostos é uma carga extremamente alta. Acho que é
uma agressão em cima de um País como o nosso. É muito imposto! Qualquer
problema, hoje, que os Governos enfrentam, que o Presidente enfrenta, ele dá um
“canetaço” e lança uma Medida Provisória. Não pode ser assim. Entendo que não é
assim que se faz um bom governo para uma Nação como a nossa.
Portanto, meu caro colega Ver.
Bernardino, saúdo V. Exª e tenho certeza, não só a Bancada do PDT, acho que
todas as Bancadas votarão favoravelmente ao pedido de Vossa Excelência.
Aproveito este meio minuto que me resta
para parabenizar o Rotary Internacional que hoje completa 100 anos. Todos nós
sabemos o trabalho que presta o Rotary para este nosso País, e não só para o
Brasil, mas também para outros países do mundo. São pessoas que se dedicam, que
dão a vida, seu conhecimento, seu talento, seu tempo para amenizar o sofrimento
de muitos segmentos da nossa sociedade. Portanto, fica aqui o nosso abraço, o
nosso carinho ao Rotary Internacional, que hoje completa seu centenário; 100
anos. Que Deus ilumine todas as pessoas que trabalham para que o Rotary tenha
mais 100, 200 anos, enfim, por esse relevante trabalho que presta à nossa
Nação. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Esta Moção permanece
sendo de repúdio, porém, naquilo que trata do aumento dos impostos às empresas.
Isso foi excluído numa negociação, porque, bem lembraram os Vereadores, nela
também traz a correção do Imposto de Renda.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 044/05.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, meus
colegas Vereadores, minhas colegas Vereadoras, o meu colega de Bancada Ver.
Bernardino, proporciona um debate altamente importante para nós nesta Casa.
Esta Moção, Ver. Bernardino, nos faz remontar um processo que o Brasil vem
vivenciando ao longo da sua história.
Nós somos um País que tem a maior carga
tributária do mundo, Ver. Márcio, e nós temos os piores serviços públicos do
mundo. Eu não vou fazer aqui a demagogia, Verª Neuza, de dizer que é só o
Presidente Lula que aumentou o imposto, não é verdade. O Fernando Henrique
pegou o Brasil com a carga tributária de 28% do PIB e subiu para 33%, e ele fez
isso em oito anos. O Presidente Lula, em apenas dois anos, já subiu 4% dessa
carga tributária. Vou dar um exemplo: a Cofins era de três e pouco por cento e
passou para 7% no Governo do Presidente Lula. Só ali ele conseguiu arrecadar
uma quantidade enorme de recursos de todos os brasileiros. Aí, ele reúne todo o
seu Ministério, chama a imprensa, chama a Radiobrás e diz: “nós vamos atender a uma velha reivindicação, que é a
correção da tabela do Imposto de Renda, congelada há muito tempo”. Com a mão
direita ele fez isso, ele corrigiu muito aquém daquilo que era a sua
necessidade. Mas, na mesma Medida Provisória em que ele corrigiu a tabela, com
a mão esquerda, subiu de 30% para 40% de todos os prestadores de serviço deste
País, das micro e pequenas empresas. Isso significa, Vereador-Presidente, que -
segundo os melhores economistas desta terra - ele subiu, de uma tacada só, em
25% a arrecadação da tabela do Imposto de Renda.
Eu venho a esta tribuna porque acho que estão “atirando no
lugar errado” quando eu vejo a questão do Rio Grande: “...porque o Rigotto
aumentou o ICMS...”. Se há alguém que tem aumentado imposto neste País é o
Governo neoliberal do Presidente Lula. Se há um governo que tem aumentado
imposto, é o governo neoliberal, recauchutado, porque neoliberal era o do
Fernando Henrique; este deu uma retemperada, uma recauchutada, e vem com uma
ferocidade fantástica!
Eu venho à tribuna para dizer que esta
Moção é oportuna, sim, porque se arrecada, e se concentra o dinheiro na mão da
União. Eu poderia mostrar aos senhores, ex-Vereador Zé Valdir, que hoje
coordena a Bancada do PT: as receitas compartilhadas, que são aquelas divididas
entre os municípios e a União, crescem como “cola-de-cavalo”, só para baixo;
agora, aquelas que não são compartilhadas - a CPMF e a Cofins - sobem
geometricamente no Governo da União. E elas têm endereço certo; o endereço não
é o esgoto, não é a palafita, não são as questões sociais; elas têm um endereço
que é Washington: o pagamento desenfreado dos juros ao custo do suor do
trabalhador brasileiro. Essa é a verdade! Essa é a realidade!
O País tem crescido; lá atrás, no
primeiro ano, não cresceu nada; no segundo ano, cresceu sim, mas não há
distribuição de renda, os recursos estão nas mãos dos mesmos. Então, eu quero
dizer que esta Moção nos proporciona essa reflexão, Verª Manuela, e V. Exª é
desta cepa, V. Exª sempre defendeu os pequenos, V. Exª sempre defendeu os
trabalhadores, e este Governo do Presidente Lula tem um eixo, ele discursa para
os pequenos, de vez em quando ele come até um galetinho no ABC Paulista com os
operários, mas, na verdade, ele tem um grande amor, uma grande paixão pelos
grandes – isso ele tem demonstrado na prática.
Então, esta Medida Provisória,
evidentemente, tem que ter o nosso repúdio, porque não dá mais para este
Governo da União concentrar tantos recursos em detrimento dos Estados e dos
Municípios. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 044/05.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, a nossa Bancada, até o presente momento, não
conseguiu perceber, aliás, conseguiu perceber a intenção desta Moção de
Repúdio, mas ela não está clara. Inclusive, o Ver. Bernardino volta atrás na
colocação como uma Moção de Repúdio, porque ele diz, claramente, que mantém as
disposições referentes à alteração da tabela do Imposto de Renda, e repudia
todo o demais que diz sobre a Medida.
Então, na realidade, ela é uma moção de
repúdio, mas em partes, não no todo. Como é que nós podemos votar, fazer uma
votação de parte de uma moção? E aí o senhor também apresenta uma Emenda à
Moção, agora, ao Plenário. Está extremamente confuso. Acho que há um equívoco
muito grande do nobre Vereador, quando apresenta esta forma de moção, aqui,
para que nós possamos avaliar. Mais do que isso, esta moção, aliás, a Medida
Provisória faz, o Governo Lula faz diferente - eu quero, aqui, lembrar, aos
nobres Pares -, faz diferente do que o Governo do Estado tem feito na questão
dos impostos.
Eu ouvi, aqui, desta tribuna,
pronunciamentos dos Srs. Vereadores, dizendo que são totalmente contra o
aumento de impostos no nosso País – acho que essa fala é senso comum, sim, de
todos nós. Agora, como é que votaram os Deputados destes mesmos Vereadores, do
mesmo Partido, lá na Assembléia, quando aumentam o ICMS? Que fazem um processo
diferente, inverso do que o Governo Lula tem feito, que fecham a porta de
negociação com os empresários, como aconteceu aqui no Governo Estado, há poucos
dias! E aí, mais do que isso, hoje os jornais anunciam a possibilidade da
criação de uma CPI na questão da sonegação como uma revanche aos empresários
nessa situação, porque há outdoors
espalhados pelas cidades mostrando como votou cada Deputado na questão do
aumento dos impostos e da tributação. Ora, é muito fácil os nossos Partidos
tomarem posições diferenciadas na Assembléia e nós virmos aqui a esta tribuna
dizer exatamente o contrário! Eu ouvi atentamente pronunciamentos dos demais
colegas; aliás, Ver. Bernardino, eu solicito a V. Exª que repense essa Moção,
tão equivocado está esse texto. Porque o seu Governo do Estado aumentou, sim,
ICMS, aumentou o imposto no nosso Estado e sequer ouviu o que os empresários
falavam a respeito ou as suas reivindicações.
Ontem nós tivemos, no Congresso Nacional,
um gesto do Ministro da Fazenda - isso é matéria de jornais -, que está
negociando, ouvindo, com todos os empresários, as questões relativas justamente
à parte da Moção que o senhor quer que aprovem, que vai ser negociada, que vai
ser revista pelo Governo Lula, uma vez que há problemas, sim, na questão da
prestação de serviço. O nosso Governo faz um gesto em relação ao Congresso, faz
um gesto de solidariedade, ouvindo todas as partes envolvidas no processo,
porque acha importante e necessário. E nós, aqui, a Câmara de Vereadores, vai
fazer um repúdio a esse gesto?
Uma Medida Provisória que “está sendo
imposta da forma como está”, como o senhor fala no texto da Moção? Nós temos de
pensar além; precisamos, sim, que o Congresso seja mais ágil, que não haja
medidas provisórias, sim; agora, isso depende também de um outro tema, de uma
reforma política importante a ser feita neste País.
Por isso, quero aqui dizer que a nossa
Bancada votará contrariamente, porque o texto não está claro. Nós achamos
importante a questão do Imposto de Renda, Ver. Nereu D'Avila, achamos
importante e vamos repudiar uma parte que está em negociação ainda? Ora, Ver.
Nereu D'Avila, como será que votou o PDT na Assembléia na questão do aumento do
ICMS no Governo do Estado? Não vamos aqui fazer de conta que isso é uma
novidade, não vamos aqui achar que está tudo certo; nós estamos, sim, assinando
um cheque contrário a uma negociação que está sendo feita com o Governo
Federal, com as partes envolvidas na questão da prestação de serviço, e existem
questões importantes como a questão do Imposto de Renda nessa Medida
Provisória, e que todos nós e todos que vieram aqui aceitaram e aceitam isso.
Como que nós vamos encaminhar uma Moção de Repúdio com um texto tão
contraditório como esse? Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais oradores
inscritos.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo Presidente, eu queria um
esclarecimento de votação, porque, pela
leitura que faço da Moção do Ver.
Bernardino, não é uma Moção de Repúdio à MP, mas é de contrariedade ao aumento
de impostos, que aí nós endossamos. Então, que o Vereador esclareça, porque se
for de repúdio à MP, a Bancada do PCdoB votará contra.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Questão de Ordem): Este
Vereador só fez a alteração da Moção de Repúdio a pedido de V. Exª. E, para
esclarecer, a Moção de Repúdio final ficou: “Repúdio em relação ao aumento dos
impostos”, e a pedido da Bancada dos senhores, mantivemos o apoio à correção do
Imposto de Renda. Está claro agora para V. Exª?
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu vou ler aqui a
correção feita na Moção do Ver. Bernardino Vendruscolo (Lê.): “A Câmara
Municipal de Porto Alegre expressa aos Srs. Deputados Federais e Senadores o
seu desejo de que sejam barradas as imposições de aumento de imposto para
empresas prestadoras de serviços e agricultores, contidas na Medida Provisória
nº 232 que tramita no Congresso Nacional, mantendo-se as disposições referentes
às alterações da tabela do Imposto de Renda, que são justas e reivindicadas
pela sociedade brasileira. Esse aumento de imposto previsto na Medida
Provisória nº 232 é altamente prejudicial aos interesses da Nação porque
penalizará especialmente centenas de milhares de pequenas empresas que passaram
a ser violentamente taxadas, as quais são responsáveis por enorme gama de
empregos, e que se verão prejudicadas em suas atividades. Essa Medida
Provisória eleva a base de cálculo das empresas prestadoras de serviços de 32%
para 40% sobre o faturamento, o que, obviamente, resultou em aumento da carga
tributária incidente sobre as mesmas, promovendo enorme prejuízo para a
economia nacional”. Não consta aqui, Ver. Bernardino Vendruscolo, a palavra
“Repúdio”. Eu submeto, portanto essa Moção à votação.
O SR. BERNARDINO
VENDRUSCOLO (Questão de Ordem): Se eu estou dizendo
que é altamente prejudicial à Nação, há necessidade de dizer que é de Repúdio?
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Isso é uma discussão
em que a Presidência não intercede.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, o nosso Regimento
classifica quais são as Moções possíveis dentro do Plenário. Esta Moção, até
pela leitura que V. Exª faz, é típica da Moção de Repúdio e como nós temos
apenas Moção de Repúdio e Moção de Apoio, esta é, claro, Moção de Repúdio.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Luiz Braz, o
termo “Repúdio” não está no texto, é apenas para esclarecer ao Plenário, não
estou aqui interpretando.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Ervino Besson, o Requerimento nº 044/05. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) APROVADO por 15 votos SIM e 06 ABSTENÇÕES.
Em votação o Requerimento nº 059/05, de
autoria da Verª Manuela, que solicita
representar a Casa na IV Bienal de Arte e Cultura da UNE, União Nacional
dos Estudantes, e no XIV CLAE, Congresso Latino-Americano de Estudantes, a
realizarem-se em São Paulo entre os dias 28 de fevereiro e 03 de março de 2005,
conforme convite enviado. É com ônus para a Casa.
A Verª Manuela está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 059/05, de sua autoria.
A
SRA. MANUELA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, apenas pedi
para encaminhar este Requerimento, porque representarei esta Câmara no importante
espaço que hoje, graças ao trabalho de oito gestões da União Nacional dos
Estudantes, está consolidado, que é a Bienal de Cultura e Arte da UNE, e que,
por estar consolidado, também sediará, paralelamente, o Congresso
Latino-Americano de Estudantes, que se dá pela participação na Comissão de
Educação e Cultura, mas, sobretudo, porque acredito que um debate que beneficiará a cidade de Porto
Alegre, Ver. Elói, é a possibilidade de trazermos a próxima Bienal de Cultura e
Arte da UNE, que reúne 15 mil jovens universitários, artistas, para a nossa
Capital, no ano de 2007.
Acredito que esse também é um debate que,
juntamente com os demais debates da área da educação, da área da intersecção da
cultura popular com a universidade, deve ser feito, e assim o será, se
representar esta Câmara durante a IV Bienal de Cultura em São Paulo, na próxima
semana. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está
com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 059/05, de autoria
da Verª Manuela.
O
SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu uso esta tribuna para fazer um apoio à pretensão da nossa Verª
Manuela de participar da Bienal da Cultura e Arte da nossa União Nacional de
Estudantes.
É um evento extremamente importante. Os
estudantes estão fazendo um esforço nacional para estar presentes no evento, e,
como bem colocou a Vereadora, o objetivo é
buscar a próxima Bienal para
Porto Alegre, em 2007.
Achamos que isso é de fundamental importância,
Sr. Presidente, e, até, se pudéssemos apoiar, através de um nota de V. Exª,
como Presidente da Casa, para que a nossa Vereadora levasse, seria mais
importante ainda, porque o Convention
& Visitors Bureau de Porto Alegre já nos garantiu que vai dar uma carta
para a Verª Manuela propondo a próxima Bienal para Porto Alegre. O Convention & Visitors Bureau, que no
trade turístico é o órgão receptível
desse tipo de evento em Porto Alegre, vai dar sustentação, Verª Manuela, vai
dar guarida a esse evento, daqui a dois anos em Porto Alegre. Então, nós
queríamos que a nobre Vereadora levasse o apoio, em primeiro lugar da nossa
Bancada, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, porque esse evento feito pela
União Nacional dos Estudantes é importante. Tenho certeza de que V. Exª
batalhará para que ele venha para cá. A Vereadora leva também a carta de
representação do Convention &
Visitors Bureau e acredito que a nossa Câmara poderá dar essa sustentação,
também porque um evento a mais em Porto Alegre sempre é importante, dadas a
magnitude e a importância dessa Bienal. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 059/05, de
autoria da Verª Manuela.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, serei muito breve. Enquanto não for definido um
regramento para as viagens de representação da Câmara Municipal, este Vereador
e a sua Bancada se abstêm de votar. Portanto, não é contra ninguém a abstenção,
porque esses dias eu fiz isso, e parece que houve uma pequena cara amuada, e
não quero que isso ocorra; apenas desejo que haja um regramento. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Márcio Bins
Ely está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 059/05, de
autoria da Verª Manuela.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Elói, Presidente, na pessoa de V.
Exª quero saudar os demais Vereadores e Vereadoras aqui presentes e o público
da TVCâmara que nos assiste. Também venho a esta tribuna para manifestar o meu
apoio e o consenso da nossa Bancada de incentivar essa iniciativa de a Verª
Manuela estar representando a Câmara nessa atividade que é a Bienal da UNE. Quero
dizer que tanto a Manuela quanto eu e o Maurício temos a responsabilidade de
estar aqui, hoje, na Câmara de Vereadores, e a responsabilidade também nos foi
atribuída por uma parcela da população jovem e universitária que nos apoiou,
que votou e que esteve junto conosco nas fileiras da disputa por este espaço.
Representamos, portanto, uma parcela da população universitária, e acredito que
a Câmara de Vereadores, dando este respaldo à Verª Manuela, vai estar
contribuindo, sim, para levar a mensagem da Câmara para também tentar trazer
esse tipo de evento para Porto Alegre. Acredito que essa iniciativa é
importante. Quero, também, desde já, me manifestar favorável, Verª Manuela, e
dizer que, também, quero estar construindo e contribuindo para que este evento
do ano que vem possa-se realizar aqui em Porto Alegre, porque acredito que o
movimento estudantil tem dado grandes contribuições para a sociedade brasileira
ao longo de sua história, e acredito que, sim, onde nós pudermos nos fazer
presentes, onde nós pudermos registrar e empenhar o nosso apoio, vamos estar
dando, também, a nossa contribuição para aquela parcela da população que
confiou em nós, com este mandato. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 059/05, de autoria da Verª Manuela.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente não vou usar os 5 minutos;
eu apenas queria cumprimentar a Verª Manuela, e dizer ao meu querido Ver. João
Dib, que tem regra muito clara sobre essa matéria.
Nós temos uma cota para gastos do nosso
gabinete que pode ser gasta com selo, com xerox, com clipes ou com uma viagem.
A Verª Manuela fez uma opção de fazer uma representação política, portanto ela
está absolutamente dentro da sua cota. Existe um outro regramento no sentido de
que quando se trata de uma matéria em que há um consenso de todos...
(Aparte anti-regimental do Ver. Ervino
Besson.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Ervino, V.
Exª está equivocado no seu pensamento. É exatamente assim, uma Resolução que
nós votamos, aprovamos por unanimidade nesta Casa, portanto ela está viajando
com o dinheiro da cota do seu gabinete. Há algumas exceções que são tratadas na
Mesa com apoio de todas as Lideranças, que não é o caso concreto aqui, agora.
Então, eu só venho cumprimentar V. Exª e dizer que tem regra para isso, e que
V. Exª está dentro da regra; portanto, não está descumprindo nenhuma regra.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 059/05, de
autoria da Verª Manuela.
O
SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, quero fazer um encaminhamento rápido, também. Eu queria, em
primeiro lugar, concordar com o Ver. Sebastião Melo, e com os outros que o
antecederam, que é um direito legítimo da Verª Manuela realizar esta
representação da Casa. Mas, não só é legítimo, regimental, como, e eu acho que
ficaram extremamente claras a importância e a vinculação desta viagem da Verª
Manuela com a sua função na CEC - Comissão de Educação e Cultura. Não só porque
a Bienal é cultura, é uma atividade da União Nacional de Estudantes, como
também foi muito bem colocado por ela e pelo Ver. Adeli, envolve a
possibilidade, Ver. Nereu, de trazer a próxima Bienal da União Nacional dos
Estudantes para Porto Alegre. Seria uma importante conquista. São cerca de 15
mil estudantes, e os mais antigos, não é o meu caso, sabem a importância do
trabalho da UNE. A UNE volante faz parte da história do nosso País, com uma
enorme contribuição cultural e educacional em todas as áreas, revolucionária,
pode-se dizer. E, atualmente, a Bienal da União Nacional dos Estudantes, Ver.
Maurício, cumpre essa função. Então, eu queria só dar este testemunho, não só
por estar plenamente dentro do Regimento, das normas, como é importante para
Porto Alegre, é importante para esta Casa, importante para o trabalho de
educação e cultura, como para a Comissão presidida pelo Ver. Adeli Sell. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício
Dziedricki está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento n°
059/05, de autoria da Verª Manuela.
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, venho aqui registrar uma posição da Bancada do PTB
no que diz respeito a esse Requerimento da Verª Manuela, para o qual votaremos
favoravelmente. Sei do papel que a nobre Vereadora cumprirá junto à Bienal da
UNE, a motivação que a leva, até pelas suas experiências construídas juntamente
com as questões culturais, com as questões de educação e junto ao movimento que
a Manuela representa, a juventude do PCdoB, a UJS, e que o PTB também
representará dentro da Bienal, e encontrará um espaço de representação da sua
juventude trabalhista. Também dividirá, com a delegação encaminhada pela UJS no
Estado, quatro ônibus para São Paulo.
Tenho certeza, Vereadora, que V. Exª
cumprirá, com ousadia, pretensões inúmeras para trazer as futuras Bienais aqui
para Porto Alegre, e a representação de algo que nós estamos construindo com
muita luta, com muito sacrifício, mas também com muito reconhecimento, que é a
participação política do jovem nos movimentos culturais, nos movimentos
educacionais. E desse espaço nós não podemos abrir mão. Faço votos que V. Exª
tenha sucesso nesse encontro e que possa trazer bons frutos para Porto Alegre.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o
Requerimento nº 059/05, de autoria da Verª Manuela. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com abstenção
do Ver. João Antonio Dib.
Queremos ler uma Declaração de Voto da
Bancada do PT ao Requerimento nº 044/05, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo. Encareço aos Srs. Vereadores que as Declarações de Voto devem
chegar imediatamente à deliberação da matéria. (Lê): “A Bancada do PT se
absteve em relação à Moção, porque a redação da mesma é confusa, dando margem a
inúmeras interpretações quanto à sua natureza e conteúdo”. Assinam os
Vereadores do Partido dos Trabalhadores.
Em votação o Requerimento nº 048/05, de
autoria da Verª Maristela Maffei. A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 048/05.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, quero aproveitar o ensejo,
Vereador, para passar às suas mãos a documentação de uma Emenda que foi
discutida e aprovada aqui, de minha autoria, que diz respeito à questão da
subvenção social. Essas justificativas, inclusive para os veículos de
comunicação, estavam contidas no processo e a gente não sabe bem o que
aconteceu. De qualquer forma, fiquei bastante preocupada, pois o Ver. Paulo
Odone não sabia da situação, nem que tinha sido veiculado na imprensa, então
gostaria de passar a V. Exª, na íntegra, todos os momentos em que essa questão
da subvenção social na Assembléia Legislativa foi abordada na imprensa.
Em relação à questão da Moção, quero
parabenizar o publicitário que colocou de forma tão clara, nessa segunda
versão, a fotografia dos Deputados que votaram a favor do aumento do ICMS,
inclusive dando visibilidade pública dos fatos, de uma forma clara, com um marketing perfeito no sentido da
informação à nossa sociedade. Mas quero, aqui, desde já, dizer que estranho a
posição dos Deputados quanto à censura que fizeram, de imediato, em relação à
autoria dos painéis que estampavam as suas fotografias pelo Estado. Muito
estranho! Que bom que a questão da sonegação fosse realmente, de fato, com as
mercadorias - os problemas que enfrentamos aqui -, dos acordos de isenção
fiscal, coisas que nos preocupam muito. A Assembléia, hoje, tem especialistas
em determinadas CPIs, quando interessa ou não interessa algum determinado tema.
Entrando no mérito do processo – e o Ver. Sebastião Melo ainda solicitava, num
aparte anti-regimental, mas eu respeito, que explicasse bem, porque ele tem a
lógica de entrar na miudeza para sair na tangente política; ele gosta de fazer
isso, e tentou tripudiar outra intervenção minha aqui na tribuna, só faltou
falar que eu seria mulher do Vereador, o que é isso?! Vamos com calma, estamos
chegando na Semana Internacional da Mulher, as mulheres têm competência na questão
econômica também; chegamos aqui, e não foi por acaso, não é verdade, Verª
Meneghetti?
Então, os setores mais atingidos são
justamente aqueles que representam aproximadamente 50% da arrecadação do ICMS,
e terão um aumento de 20% nas alíquotas, passarão de 25% para 30%,
representando, conseqüentemente, um aumento de 10% na arrecadação total do
Estado, estimada em 10 milhões para este ano. Vejam bem, senhoras e senhores,
cabe salientar aqui, que próprio Governo diz que os recursos provenientes
dessas alterações de alíquotas da ICMS serão carreados para o Fundo de Combate
às Desigualdades Sociais e Regionais do Estado do Rio Grande do Sul, e de seus
Municípios, propondo através do PL nº 322, também incluindo na Pauta da Sessão
Extraordinária. Estas são justificativas que nós sabemos que são falácias num
jogo, num trocadilho de números, que não condizem com a verdade. Este projeto,
ao contrário programa de incentivo do crescimento, apresentado no Governo
Olívio Dutra, Vereadores e Vereadoras, onera o setor produtivo como um todo,
com aumento do óleo diesel, da energia elétrica, reduzindo os incentivos
fiscais às cadeias produtivas gaúchas. E o Governador Germano Rigotto não
apresentou nenhum plano para reduzir os benefícios às grandes empresas, muito
pelo contrário, diz que a aprovação desse aumento nas alíquotas é condição,
vejam bem, senhoras e senhores, para continuar a política de atração de
investimentos, o não-combate à sonegação, que o próprio diretor da Receita
Pública estimou em um bilhão anual, e não apresentou nenhum plano concreto de
contenção de despesas, só intenções.
Portanto, esta Moção tem um sentido muito
claro de denunciar, fazer coro, uma denúncia pública sobre aquilo que não
justifica o que o Legislativo e o Executivo podem apresentar contra a
sociedade. Porque nós sabemos que quem vai pagar a conta, novamente, é a
pequena e a média empresa; portanto, é a classe média, são as minorias da nossa
sociedade.
Fica aqui o apelo às Bancadas, à
sensibilidade, Verª Meneghetti - sei que a sua plataforma de campanha foi
justamente nesse sentido, de não-aumento -, e nós queremos também ter aqui a
Bancada do PFL votando conosco para manter a sua coerência com a disputa
eleitoral, exercitando, na prática, aqui no nosso Legislativo e com toda a
sociedade. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está
com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 48/05.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói Guimarães, Presidente desta
Casa, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, a Verª
Maristela Maffei requer Moção de Repúdio ao aumento do ICMS na ordem de 20%
sobre energia elétrica, telefonia e combustíveis. Eu acredito que todos nós,
todos os cidadãos, não apenas aqui no Rio Grande do Sul, mas em todo o País,
repudiam qualquer forma de aumento de tributos a esta altura dos
acontecimentos. Só que a redação dada pela Verª Maristela Maffei é uma redação
incompleta, Ver. Nereu D’Avila, porque quem é que tem que ser repudiado por
causa desse aumento tarifário? É o Governador Rigotto, são os Deputados que
devem ser os repudiados, ou repudiado deve ser o Presidente da República, que é
o causador principal deste aumento? Este deveria ser o repudiado! Por que é que
o Governador Rigotto foi obrigado a lançar mão desse aumento de tributos para
fazer frente às suas dívidas, aos problemas do Estado? Ele foi obrigado porque
a União, comandada pelo Sr. Lula, não cumpriu a sua parte, enviando, para o
Estado do Rio Grande do Sul, as compensações relacionadas com a Lei Kandir. Se
o Presidente da República tivesse cumprido a sua parte na Lei Kandir, tivesse
enviado ao nosso Estado as compensações, com certeza absoluta o Governador não
precisaria ter lançado mão desse expediente, que é uma coisa que - é claro -
nenhum cidadão realmente aprova.
Então, a figura do repudiado, Ver. João
Dib, só tem que ser trocada com relação a esse aumento. Aliás, essas
fotografias de Deputados que vêm tomando conta das ruas da nossa Cidade, do
nosso Estado, deveriam ser substituídas por uma fotografia só: a do Presidente
Lula. Esse é o grande algoz da nossa sociedade. Esse é o que está fazendo com
que o nosso povo, com que a nossa sociedade precise sofrer um aumento de 20%
nesses itens para o nosso Estado não ir à breca.
Quando o Governador Olívio Dutra entregou
este Estado para o Governador Germano Rigotto, entregou-o em péssimas
condições, e temos que lembrar que uma das benesses que o ex-Governador Olívio
Dutra concedeu ao nosso povo foi ter mandado a Ford embora, ter diminuído a
arrecadação do nosso Estado e ter tirado a oportunidade de emprego do cidadão
gaúcho. O Governador Olívio Dutra vai ser lembrado, sempre lembrado, exatamente
por esse episódio. Daqui a cem anos, quando se falar no Rio Grande do Sul, no
Governador Olívio Dutra, ele vai ser lembrado exatamente por esse episódio.
Ora, quando o Governador Rigotto começou
a fazer frente aos problemas do Estado do Rio Grande do Sul, ele precisava,
pelo menos, que o Presidente da República cumprisse com a sua parte naquilo que
são as obrigações federalizadas, porque, senão, fica realmente difícil
administrar um Estado.
Se o Presidente da República continua
concentrando nele a maior parte das arrecadações, com essas arrecadações
somente partindo do Poder Central, se existe essa concentração de arrecadação,
hoje, no caso da União, fica difícil para os Estados cumprirem com as suas
funções e fazerem com que os cidadãos não sejam onerados da forma como foi
obrigado a propor o Governador Rigotto.
Então, se mudar a figura central da Moção
de Repúdio, eu acho que todos os Vereadores têm condições de votar
favoravelmente a ela, porque é claro que nós repudiamos esse aumento, claro que
nós somos contrários a essa oneração. Mas o grande culpado, o grande
responsável é o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não cumpre com as
suas obrigações relacionadas com o Estado do Rio Grande do Sul, e, por isso
mesmo, merece repúdio de todos os gaúchos! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 048/05.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, estimada Líder do Partido dos Trabalhadores – Verª
Maristela Maffei -, autora desta proposição e que nos proporciona este debate,
V. Exª faz parte de uma Bancada inteligente, competente, que tem boas
assessorias, mas V. Exª, nesta matéria econômica, não anda bem.
Ora, na verdade, o Governador Rigotto
aplicou o remédio menor. O Rio Grande do Sul de outrora, se eu voltasse lá nos
idos de 1835, já pegou em lança e arma para defender o seu quinhão e os seus
impostos aqui produzidos, que eram engalfinhados pela União.
Este País é um País que tem, Ver. Vidal,
na sua concepção, um processo federativo, mas ele não é uma Federação.
Lá nos Estados Unidos, por exemplo, havia
os estados federados. Eles se
organizaram e disseram que queriam constituir uma união, tanto é que, se nós
olharmos, cada Estado tem as suas próprias legislações, tributárias ou não.
O Brasil, na verdade, das suas
capitanias, da velha República, do velho Império, transformou-se nessa coisa
chamada União, que de União não tem nada, porque os Estados não podem nada, e
os Municípios, muito menos. Ver. Comassetto, V. Exª, que é Vereador desta Casa,
representa Porto Alegre, mas muito mais uma Região, sabe que a vida do homem,
da mulher, do cidadão, do jovem, está ligada à sua cidade, ao seu bairro, a uma
região. Portanto, as coisas acontecem ou não acontecem é na cidade ou numa
Região. É preciso mudar isso. Vamos parar com esse discurso vazio de
transferência de responsabilidade. Não há ninguém que seja freira aqui neste
Plenário. Todos já governaram o Rio Grande: o MDB, o PDT, o PDS, a velha ARENA,
o PTB, em co-participação, sim; V. Exª já teve o governo, tem compartilhado com
vários governos a responsabilidade. Então não há freira aqui para dizer alguma
coisa. Eu poderia, por exemplo, pegar o Governo do Governador Alceu Collares;
ele aumentou imposto: o ICMS. O Governador Olívio Dutra, por exemplo, tentou
aumentar impostos três vezes, correto? Aquilo que os senhores chamam de matriz
tributária, douram a pílula - matriz tributária -, é um nome bonito, mas, no
fundo, isso só tem um nome: aumento de imposto.
Mas por que é que o Governador Rigotto
fez isso? Acham que algum governante, algum Prefeito, de Restinga Seca ou de
São Paulo, quer aumentar imposto, Ver. Dib? Não! Algum governante quer aumentar
imposto? Não! Agora, Ver. Bernardino, quando um governante se vê sufocado por
um Poder da República que está sufocando os Estados brasileiros... Eu já vi
esse debate da Lei Kandir aqui. Acho que a Lei tem falhas, porque, em 1997, quando votaram a Lei, disseram o
seguinte: “Ok, vamos constituir o Fundo de Compensação e vamos permitir que os
governos coloquem nos seus Orçamentos”. E foi esse, indiscutivelmente, o grande
erro, porque deixou a bel-prazer dos governos fazerem isso.
Eu vou dar um dado aos senhores: só no
ano passado o Rio Grande deixou de receber mais de um bilhão e 200 milhões de
reais, que deveriam vir da compensação pelas exportações, porque este é um
Estado que tem o maior, “percapitamente”, índice de exportação. Mas os senhores
não vêm a esta tribuna para dizer que todos os consumidores de energia até 50
watts, neste projeto de reajustamento, tiveram a sua tarifa diminuída. As
empresas que eram beneficiadas, de 85 mil microempresas no Rio Grande passaram
para 215, nesse Projeto também, e disso os senhores não falam. Os senhores não
falam de quase um bilhão que o Governo vem cortando da própria carne, porque pegou
uma herança maldita de um Governo que deixou 4 bilhões e 700 mil reais, de um
Governo, do Sr. Olívio Dutra, que antecipou o ICMS, que estadualizou estradas,
que deixou 700 milhões de reais nem sequer empenhados! Disso os senhores não
falam! Eu não canso de repetir: para governar, depois do PT, há que ser
arqueólogo, porque o PT deixa ruínas! Foi como pegamos este Estado e, por isso,
lamentavelmente, tristemente, tivemos de fazer esse aumento de imposto. Agora,
esse aumento de imposto está errado. Vossa Excelência disse muito bem, Ver.
Braz: não está correta essa Moção. Repúdio? Querem repudiar o Governador
Rigotto? Repudiem quem deu causa ao aumento desses impostos, que é esse Governo
neoliberal que concentra poder e recursos na mão da União. Essa é a grande
verdade, Sr. Presidente. Desculpe ter-me excedido no tempo. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 048/05.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente Elói Guimarães, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, em relação ao Requerimento da Verª
Maristela Maffei, que solicita Moção de Repúdio ao aumento de ICMS na ordem de
20% sobre a energia elétrica, telefonia e combustíveis encaminhado pelo
Executivo Estadual, essa é uma Moção demagógica, a meu ver, porque há coisas
que deveriam ser inclusas nessa Moção. O Ver. Sebastião Melo fez aqui as
considerações, do ponto de vista técnico, em relação aos aumentos, aos
percentuais que não vieram. Todo mundo sabe que quando o Governador Rigotto
assumiu o Estado, namorou, namorou o Presidente da República, o cortejou, fez
papel de bobo! Comandou uma frente entre os Governadores; foi uma pessoa
acessível, de diálogo, mas o Presidente Lula não respondeu nada. Tipo assim: “Vamos
deixar o Rio Grande quebrar, para mostrar que o Rio Grande, na mão de um grupo
de Partidos e aliados – não do PT -, vai ser pior!” “Então, a forma de nos
sairmos bem é quebrar o Rio Grande para que todo o mundo diga: ‘Olhem, o Rio
Grande do Sul está pior do que quando estava na mão de Olívio Dutra’”. Essa é a
política, mas ninguém é bobo, as pessoas estão vendo. Agora, o que me chama
atenção e me deixa estarrecido foi uma reportagem de ontem, no Correio do Povo, que diz que o Governo Federal terá
mais de 4.868 cargos - quase 5 mil cargos -, e esses CCs são, em grande parte,
de Prefeituras em que o PT perdeu – São Paulo, Goiás, Porto Alegre, enfim, só o
Ministro José Dirceu vai contar com cerca de 1.500 cargos. Isso é imoral! Quem
paga essa conta?
Então, fica muito fácil ficar desse lado,
dando uma de santo, de Deus, julgando e dizendo: “Nós somos os corretos, nós
somos os certos”. “Por isso, vamos fazer uma Moção de reprovação, porque aquele
outro lado é o lado pecador, é o lado errado, é o lado torto”. Ah, por favor!
Está aqui o jornal de ontem!
Aqui no Município vizinho, em São
Leopoldo, o Prefeito assumiu e já abriu, de cara,150 cargos. Isso não é imoral?
Por que logo após que essas Prefeituras
foram perdidas, por parte do PT, se abrem lá quase 5 mil cargos? Qual é a
conta? Não se tem ainda a conta, mas, com certeza, essa conta vai ser muito
grande. E quem vai pagar essa conta? Então, fica muito fácil apontar os erros.
O Presidente da República deixa quebrar o Rio Grande! É
negócio para o PT o Rio Grande rachar-se ao meio, estatelar-se! É muito
negócio! Politicamente, é bom! Não estão pensando no cidadão, no gaúcho. Não
estão pensando nos gaúchos. Estão pensando é no Partido! “Que se arrebente o
Rio Grande para que possamos provar que nós administramos melhor!”
Então, se esta Moção é uma moção
moralista, vamos fazer o seguinte: vamos incluir, Verª Maristela Maffei, outras
coisas mais, como, por exemplo, o aumento de quase 5 mil cargos de nível
superior. Quem vai pagar a conta? É o Brasil!
Ah, mas o PT, a essas alturas do
campeonato, se for para acomodar os “nossos colegas”, como os assessores da
Marta Suplicy, - conforme diz o próprio jornal - aí está tudo bem.
Eu acredito que nós precisamos fazer uma
reflexão mais consciente e responsável. Fazer uma oposição por oposição, só
para falar, acho que não é elegante. Vamos falar com conteúdo. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 048/05.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, em primeiro lugar eu queria aqui
repudiar a forma como o Ver. Sebastião Melo, espero que por descuido, insiste
em dizer que a Verª Maristela não está mandando bem em economia; primeiro,
porque isso pode beirar o preconceito e o machismo; segundo, para que o
Vereador se lembre que qualquer um que pegue uma conta telefônica ou que pague
gasolina no posto não precisa entender de economia para compreender o que
significa 20% de aumento no ICMS.
Nós trazemos, sim, aqui, um repúdio a
essa medida, por vários motivos. O PT não é, em princípio – em princípio –
contra aumento de impostos; nós já fizemos ajustes importantes, em discussão
nesta Casa, nesses 16 anos; nós somos convictos de que o Estado Público tem que
ser financiado, que só um Estado Público forte pode ter ações fortes que
redistribuam renda, que tragam proteção social – nós assumimos isso. Agora,
aqui no Estado do Rio Grande do Sul, o que a gente vê é a sociedade pagando a
conta da incompetência deste Governo. Por que nós consideramos incompetência?
Porque, paralela a uma situação de crise deste Estado que, é óbvio, não é de
hoje – o Governo Olívio o pegou com crise e o gerenciou com bravura, ampliando
serviços, reajustando funcionalismo, mas não abrindo mão de recursos, não
concedendo anistias fiscais, não fazendo renúncia fiscal -, a gente vê aqui,
sim, num Estado quebrado, a volta à velha prática da renúncia fiscal. Mais de
três bilhões de reais o Estado deixou de arrecadar por renúncia fiscal, Ver.
Sebastião, para grandes empresas, para poucas grandes empresas, 1% das nossas
empresas! E é verdade, há dados comprovando isso!
A questão da anistia fiscal, também para
resolver problemas momentâneos de caixa, beneficia os maus pagadores,
desestimula o pagamento em dia dos impostos e é prática por duas vezes já
adotada pelo Governo Rigotto.
E mais: hoje se discute nos jornais, nas
rádios, a instalação de uma CPI, proposta pela base do Governo Rigotto, que faz
“água”, que não agüenta a repercussão do desgaste do aumento do ICMS. E essa
CPI quer discutir o quê? Sonegação. Então, propõe-se aumento de impostos sem
discutir uma forma de combater a sonegação. E mais, Ver. Sebastião, é
casuística, porque propõe aumento de impostos por dois anos para resolver o
problema de caixa deste Governo - por dois anos! Não é uma política pensada, de
futuro, de médio e longo prazo, para resolver o problema deste Estado.
Quando o Governo Olívio propôs, por três
vezes, matriz tributária, tinha uma lógica – incentivava a produção local,
equalizava alguns impostos, tinha uma concepção de gestão de Estado. E não é o
que a gente viu, agora, nesse aumento de impostos.
E mais, este Governo foi conivente com o
aumento descabido do funcionalismo, dos maiores salários do funcionalismo, do
Judiciário e do Legislativo; foi conivente com isso e hoje não consegue,
obviamente, fazer nenhum reajuste nos salários da grande maioria dos
funcionários. Se o observarmos quanto à participação popular, este Governo
reduziu drasticamente a participação popular, trocando o OP pela Consulta
Popular, num percentual muito menor de participação, e, mesmo assim, cumpre 8%
da Consulta Popular.
Então, o que a gente está vendo é, na
verdade, que a sociedade vai pagar a conta, de novo, de uma série de desmandos,
de uma série de dados que nos indicam a incompetência deste Governo do Estado,
porque os dados nos dizem que o PIB do Estado vem crescendo. Nós crescemos,
aqui, 9,2%, no mesmo período em que o ICMS se reduz em mais de 3%, neste
Estado.
E, senhores, por fim, não me venham falar
da Lei Kandir. A Lei Kandir nós combatemos veementemente, avisávamos que, junto
com a política centralizadora de impostos que Fernando Henrique aplicou, que
retirou imposto dos entes federados e os aglutinou no âmbito federal, a Lei
Kandir penalizou ainda mais os Estados, especialmente os exportadores, e o
Governo Lula está dando resposta, sim, e não precisaria dar, pela Lei aprovada
pelos senhores, pela Lei aprovada pela base do Governo Rigotto.
Portanto, nós temos que repudiar esse
aumento de impostos, porque a sociedade gaúcha a está repudiando.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 048/05.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho muito interessante ouvir “o roto falando
do rasgado”. Vou continuar onde parou a Verª Sofia Cavedon. Ela parou com a Lei
Kandir, e vou lembrar aqui o que o Ver. Luiz Braz, acertadamente, disse, que a
estampa que deveria haver nos outdoors, que
serão democraticamente distribuídos pelo Rio Grande, deveria ser a do Sr.
Presidente Lula, porque realmente ele felicitou o Rio Grande. É só ver por quê:
no ano de 2002, Presidente: Fernando Henrique Cardoso; Governador: Olívio
Dutra; Lei Kandir (Lê.): “O Estado recebe 419 milhões de reais”. Nos anos de
2003 e 2004, quando as exportações cresceram de forma impressionante no País, o
Rio Grande teve responsabilidade muito grande nessa exportação; em vez de
receber 419 milhões e 600 mil reais, o Rio Grande recebeu 246 milhões. E hoje o
FMI diz que o Dr. Lula pode diminuir o seu superávit primário e pode gastar
mais 4 ou 5 bilhões de reais.
O Rio Grande só pediu o que lhe era justo,
o que era lhe devido, e não havia solução! Mas, sobre as transferências
voluntárias, vamos olhar o que aconteceu: no ano de 2002, 440 milhões de reais
recebeu o Sr. Olívio Dutra; o Governador Rigotto, no ano passado, recebeu 86
milhões de reais. Quem é o culpado de tudo isso, senão S. Exa. o Presidente da
República, muito subordinado ao FMI que ele condenava tanto. Mas, se houver
esse acréscimo do ICMS, Porto Alegre vai receber, os Municípios vão receber,
pois uma parcela disso é entregue aos Municípios, e aí nós não vamos reclamar.
Mas eu estou lembrado de 16 anos atrás,
quando a Bancada do Partido dos Trabalhadores queria o ITBI de 6%, e esta
Câmara impediu. Eles queriam 6%, cobraram 3% sobre um valor superfaturado,
supervalorizado, e ninguém reclamou aqui da Bancada do PT. O IPTU ilegal de
1990 e 1991, especialmente de 1991, foi além de qualquer inflação: uma inflação
de 1.500%, o IPTU, 12.000%. Depois eles legalizaram numa Lei que até hoje não
foi aprovada pela Câmara, mas foi publicada pelo Dr. Olívio. A Comissão de
Justiça negou a Redação Final, foi comunicado ao Prefeito, mas foi cobrado
igual, como se não houvesse ocorrido aquilo. Eu posso falar? Posso, porque fui
Prefeito e não alterei alíquotas, e não reajustei nada acima da inflação, ao
contrário, IPTU reajustado abaixo da inflação, tarifa de água e esgoto abaixo
da inflação, diferente do que aqueles do Partido dos Trabalhadores, da Frente
Popular, que vieram a esta tribuna para defender o ato incorreto do Prefeito
Tarso Genro que, podendo aumentar pelo IGP-M de 25,3%, colocou nas tarifas do
DMAE um aumento de mil por cento. E eu não estou exagerando - o Dr. Todeschini
pode olhar sorrindo, porque eu sei olhar e sei fazer aritmética, pelo menos
nisso, em aritmética, eu sou bom ainda -, havia aumentos de mil por cento em
algumas taxas do DMAE, e a taxa de água e esgoto foi elevada muito acima do
permitido, que era o IGP-M. E é tão verdade que a tarifa foi elevada acima das
necessidades, que o Departamento continua tendo dinheiro para servir a “banqueirada”,
como diria o meu amigo, Ver. Sebastião Melo. Há muito dinheiro, não prestando
os serviços necessários, mas colecionando dinheiro, e são esses que vêm à
tribuna reclamar contra um remédio amargo, pois ninguém gosta de aumentar
imposto, nenhum Governador, nenhum Prefeito, mas é um remédio amargo que tem de
ser absorvido. Mas, ainda assim, nesse remédio amargo há um novo projeto que
vai entrar reduzindo paulatinamente para que retorne aos valores atuais. Saúde
e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 048/05.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães,
demais Vereadores e Vereadoras e todos os que nos assistem aqui e também nas
suas casas, venho aqui em nome da Bancada do PCdoB, em meu nome e da Verª
Manuela, encaminhar favoravelmente esta Moção que me parece que terá a
aprovação, se não unânime, da imensa maioria desta Casa.
Há pouco, votamos a Moção do Ver.
Bernardino que se insurgiu contra o aumento de impostos para os pequenos
empresários. O ICMS, Ver. Bernardino, atinge os pequenos empresários, os
grandes empresários, os médios empresários e o cidadão comum, porque o ICMS,
Ver. Vidal, é um imposto que se chama indireto, que atinge o consumidor e quem
consome os bens, Ver. Sebastião, é o povão. Por isso, no Brasil, a política
tributária, a tributação, é regressiva; quem ganha mais paga menos, quem ganha
menos paga mais. Por quê? Existem estudos que mostram, Ver. Bernardino - eu
espero o seu voto -, que quem ganha acima de 100 salários mínimos paga 15%, tem
isenção e tudo, e o que compra no supermercado é mixaria nos seus ganhos.
Agora, quem ganha até três salários mínimos, paga de tributos 35%, e o ICMS é
uma dessas formas.
Outra questão, Ver. Luiz Braz – não vejo
o Ver. Braz mais aqui; retirou-se -, sabe qual é o Governo que fez a fúria
tributária neste País? O Governo FHC, do seu Partido. Em 1996, Verª Neuza, a
carga tributária era de apenas 27,2%, e quando o FHC saiu, depois de vender
todo o Brasil, de entregar a soberania nacional, de elevar a dívida interna,
Verª Maristela Meneghetti, de 60 bilhões para 960 bilhões de reais, a carga
tributária tinha passado de 27% para 35,84%, em 2002. E vêm falar agora em
carga tributária do Governo Lula! Quem aumentou em 50% a carga tributária de
2002 para 2003? O Governo Lula baixou de 35,84% para 35,54%.
Então, foram os neoliberais, Ver. Nereu,
que tanto falam em Estado mínimo, que criaram o Estado monstro, com 36% de
carga tributária. Aqui no Estado, Ver. Sebastião, o que acontece é que a
sonegação bate recordes. A Secretaria da Fazenda está sucateada, os
trabalhadores fizeram greve, se mobilizaram exigindo a qualificação. É o
Estado, em todo o Brasil, que tem a maior renúncia fiscal, chega a mais de 40%.
Então, agora os que renunciaram a tributos das multinacionais querem que o
povo, através do ICMS, pague.
Quer dizer, Ver. Bernardino, para a Ford,
para a GM, renuncia fiscal; aí o Estado fica mal das finanças, quem vai pagar?
Quem está pagando agora, Verª Maristela Maffei, a renúncia fiscal da GM, a
renúncia fiscal do Fundopem, dos grandes empresários, quem vai pagar é o povo
com o ICMS. Por isso não posso acreditar que esta Casa não vote a favor dessa
Moção.
E me admiro, Ver. Dib, o seu Partido teve
uma atitude digna na Assembléia, votou contra, na sua maioria, inclusive
ameaçou sair do Governo, e V. Exª, aqui, defende aumento de imposto no ICMS,
com toda a renúncia fiscal deste Governo.
Então, queremos fazer um chamamento à
consciência daqueles que são contra a fúria tributária do Governo Estadual para
votarem a favor desta Moção que chega em boa hora. Porque senão é demagogia:
quando é aumento de imposto do meu adversário, sou contra; quando é aumento de
imposto do meu Governo, sou a favor? Nós precisamos de um voto sério nessa
circunstância. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Neuza
Canabarro está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
048/05.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, estamos assistindo a um debate inflamado em relação a uma Moção.
Em primeiro lugar, gostaria de fazer uma
correção ao Ver. Sebastião Melo, que disse que no Governo Collares foram
aumentados impostos.
Quero informar ao Vereador, se é que ele
não tem a informação, de que, realmente, aumentamos os impostos em 1% por
apenas um ano, com um objetivo muito claro, que era a construção de 35 mil
casas populares. Foi aumentado por essa razão, e dizer que nós assumimos o
Governo Collares depois de ter passado o PMDB pelo Governo. E, quando assumiu,
em 15 de março de 1991 - o último Governador a assumir em 15 de março -,
recebeu o Estado em que situação? Com o salário de fevereiro atrasado, e o 13°
salário do mês anterior não havia sido pago.
O Governador Collares, pela sua
competência, pela sua equipe, conseguiu o quê? Conseguiu, em novembro, colocar
em dia todos os salários, pagar o 13º salário do Governo anterior, pagar o 13º
salário daquele ano e teve, durante os quatro anos de Governo, a cada dois
meses, uma correção da inflação e um aumento, dizem os funcionários, de apenas
8% de aumento real.
Nós sabemos o que é crítico, como é
triste o funcionário não ter aumento de salário. O funcionário está amassado, o
funcionário não tem mais as mínimas condições de sobrevivência. Nós, do PDT,
somos contra todo e qualquer aumento de impostos. Somos contra! Agora, vejam
bem, tivemos aqui o Ver. Raul Carrion fazendo uma comparação de que nós
apoiamos uma Moção de Repúdio em relação à Medida Provisória nº 232. Sim, essa
Moção de Repúdio nós aprovamos por quê? Porque é um brado para que ela não seja
aprovada. Agora, nessa questão específica da Moção da Verª Maristela Maffei,
uma Moção de Repúdio pelo aumento dos impostos no Rio Grande do Sul, eu sinto,
lamentavelmente, uma dor profunda em ver que não havia outra saída para pagar
salários. Nós lamentamos e imagino a pressão do Governador, um jovem com boas
intenções, no afã de realizar tantas coisas, foi pagar aquilo que tinha sido
comprometido pelo Governo anterior. Nós encaminhamos contrariamente, nós não
vamos aprovar esta Moção, por quê? Porque nós imaginamos a angústia dos
Deputados e a angústia do Governador. Foi a única saída. Porque no Governo
Collares nós fomos em cima dos sonegadores e prendemos 23 empresários - a
Justiça prendeu, bem se diga -, mas com isso recuperamos os salários.
Lamentavelmente, agora, nós estamos numa situação nunca antes ocorrida. Por
essa razão o PDT vota contra.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 048/05.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, os Vereadores e Vereadoras sabem minha posição
quanto à questão de Moções de Repúdio. Mas eu quero falar sobre o fato e eu
acho que é um bom assunto para debate, eu mesmo já discuti este tema do aumento
do ICMS aqui nesta tribuna, dizendo que todas as justificativas que o
Governador Rigotto falou não me sensibilizaram. Não me sensibilizaram, porque,
na realidade, ele penalizou quase dez milhões de gaúchos. Esse é o tipo de
imposto que todas as pessoas, de uma maneira direta ou indireta, terão de
pagar. E não são 20%, nós fizemos o cálculo, botaram 20% para arredondamento,
mas na realidade este aumento é de 17% dos valores atuais. E parece que agora o
Governador, por um acordo, que diminuir 1%, ou seja, aumenta 5% e diminui 1%.
Mas o aumento real é de 17%.
Ora, vamos começar na gasolina: de
maneira direta, todo o nosso sistema no Rio Grande do Sul, no Brasil, o nosso
frete é feito através da malha rodoviária. Não se criou incentivo – o que eu
defendo, sim, é que nós temos de brigar para ter cada vez mais subsídios ao
óleo diesel, mas está sendo tributada a gasolina, está sendo tributada a
telefonia, está sendo tributada a energia elétrica. Pois bem, tudo isso faz com
que quase dez milhões de gaúchos sejam penalizados.
Há toda a polêmica a respeito dos outdoors, mas vi com muita satisfação a
iniciativa do Deputado do PDT - e até por isso que me surpreende a posição do
PDT -, o ex-Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Vieira da Cunha, que
ingressou com uma solicitação de uma CPI visando a analisar a sonegação do ICMs
no Rio Grande do Sul. Lembro que da última vez que falei da questão do ICMs,
disse que tinha de ter uma fiscalização mais efetiva por parte da Secretaria da
Fazenda. Muito se diz: ah, mas o número de funcionários é diminuto. Se o número
de funcionários é diminuto, que se faça concurso e se aumente o número de
funcionários, porque esse controle maior, de forma direta, vai permitir que se
evite a sonegação. Ao mesmo tempo, também, ingressei com um pedido de indicação
ao Governador, de uma nota fiscal de algo que eu comprei no Litoral, e a nota
fiscal dizia um valor presumido, e o valor da mercadoria, uma hora é um, outra
hora é outro; então qual é o cálculo? Eu quero entender isso.
Eu gostaria - e quero - por isso fiz o
pedido de indicação, que o Secretário da Fazenda me diga qual é o valor que é
descontado em termos de impostos sobre aquela nota fiscal, se é o valor efetivo
da nota. Como era uma carga conjunta, se é um valor menor. Estou exemplificando
um caso. Agora, o que, na realidade, nós temos que fazer cada vez mais é dizer
que ninguém ficou contente com isso; ninguém ficou contente com isso. Eu não
acredito que a forma como o Governador agiu é uma forma de sensibilizar, porque
isso atingiu, volto a dizer, quase 10 milhões de gaúchos. E eu vejo essa
iniciativa do Ver. Vieira da Cunha, do PDT, de minimizar. Vamos, sim, fazer uma
CPI para ver a questão da sonegação do ICMS. Muito se diz que isso seria uma
represália em relação aos empregadores, aos patrões que espalharam, e estão
espalhando, cada vez mais, no Rio Grande do Sul, um outdoor dizendo da votação.
Ora, nós somos homens públicos, e a nossa votação - ontem, inclusive, coloquei
a questão -, tem de ser aberta, é essa a maneira. Cada um tem as suas posições,
as suas ideologias. Eu acho que não é dessa forma que vamos resolver o
problema. Agora, aumentar 17% em cima de três tributos que atingem a população
como um todo é uma heresia, e esse é um preço caro que vai ser discutido até a
próxima eleição. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal o
Requerimento nº 48/05, de autoria da Verª Maristela Maffei. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADO por 09
votos SIM, 13 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): (Após o anúncio do
resultado da votação.) Declaração de Voto firmada pelo Ver. Professor Garcia.
(Lê) “Não sou a favor de Moção de Repúdio, mas aumentar em 17% o ICMS é uma
penalização contra o povo gaúcho”.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Gostaria de solicitar
que o resultado da votação de minha Moção fosse encaminhada à Assembléia
Legislativa e também à Associação da Classe Média do Rio Grande do Sul. Muito
obrigada.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Deferido, conforme o
requerido.
Em votação o Requerimento nº 050/05, de
autoria do Ver. Maurício Dziedricki. O Ver. Maurício Dziedricki está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 050/05.
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Vereador-companheiro Elói
Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, servidores desta Casa,
público que nos assiste através da TVCâmara, a iniciativa de registrar uma
Moção de apoio ao Governo Fogaça com relação à agilidade com que atendeu aos
desabrigados pelo incêndio na Vila dos Papeleiros, ocorrido na noite do dia 15
de fevereiro, faz com que se reafirme o compromisso do Prefeito Fogaça quanto à
transversalidade de suas ações. Através da ação integrada do Gabinete do
Prefeito, da FASC, do DEMHAB, da Defesa Civil, da Secretaria Municipal de
Saúde, do DMLU e da EPTC, em menos de 14 horas as 80 famílias desabrigadas pelo
incêndio foram atendidas e encaminhadas para as casas de passagem para um bom
atendimento, com alimentação, vestuário, e atendimento social, o que faz com
que este Vereador encaminhe à aprovação do plenário esta Moção, dada a
motivação com que nós enxergamos e entendemos o compromisso que a Prefeitura
Municipal tem para com essas comunidades que cada vez mais vivem à
marginalidade, à beira da sociedade. Em menos de um ano, constatamos a
repetição da tragédia, já que, em março de 2004, naquela comunidade, mais de
90% da vila foi devastada pelo incêndio.
Sr. Presidente, o que me traz à tribuna
na tarde de hoje é justamente registrar o compromisso e a dedicação, a
abdicação que alguns Secretários tiveram naquela noite em acompanhar a
madrugada daquelas vítimas, daqueles desabrigados, o compromisso com que o
Governo Fogaça vem assumindo os problemas sociais que enfrentamos, e a
realidade de uma Cidade que precisa de inúmeras modificações, e uma das
principais – e pude constatar através de seu Presidente, Tessaro, que trata do
Departamento Municipal de Habitação, o compromisso que essa Secretaria terá
para com as habitações irregulares, para que não mais tragédias como essa se
repitam.
Eu quero registrar, Srs. Vereadores, que
esse Presidente, com certeza, estará acompanhando a remoção dos atingidos, dos
desabrigados da Vila dos Papeleiros, porque não mais se repetirá o que vem
acontecendo com as casas, com as habitações populares, a venda das suas
habitações, o mercado de suas casas, e, a partir de agora, mais do que nunca, o
compromisso desse Presidente, dessa liderança, em acompanhar diuturnamente, com
seus técnicos, a remoção e acomodação desses desabrigados. Quero registrar que
mais 173 famílias serão reacomodadas, e não mais se repetirá o incêndio na Vila
dos Papeleiros, porque, com certeza, através de ações integradas dessas
Secretarias e com o Programa Entrada da Cidade, com certeza, registraremos um
novo tempo, uma nova administração e um novo futuro para Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Sr. Adeli Sell está
com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 050/05.
O
SR. ADELI SELL: Ver. Nedel, mui digno Vereador, neste
momento dirigindo os trabalhos, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, acompanho o desejo do Ver. Maurício
Dziedricki de apoiar as iniciativas tomadas pela municipalidade em relação à
tragédia repetida na Vila dos Papeleiros. Nós apoiaremos, apoiamos e vamos
sempre apoiar as medidas da municipalidade quando elas venham ao encontro das
necessidades tão palpitantes dessa população pobre e excluída da nossa Cidade.
É bom lembrar -, e o Vereador mencionou - a importância do Programa Integrado
Entrada da Cidade, os esforços que foram feitos, anos e anos, junto às
instituições de crédito internacional, para que nós pudéssemos ter o apoio
dessas instituições, para termos um programa que dialogasse com essa população
excluída da entrada da Cidade, pessoas morando em condições completamente
inadequadas. Lembremos alguns anos atrás o verdadeiro lodaçal que havia no
entorno do DC Navegantes, na região da Voluntários da Pátria; foram exatamente
as áreas de saneamento que começaram a melhorar essa situação. Felizmente, com
o apoio da Caixa Econômica Federal, nós conseguimos apresentar um tipo de casa,
de habitação, condizente com a dignidade dos seres humanos, porque em muitos
momentos nós vimos governos fazerem habitações populares que eram conhecidas
como pombais, como pardieiros, e nós vemos hoje no Programa Entrada da Cidade
um tipo de habitação de altíssima qualidade. Inclusive, o Ver. Todeschini dizia
há pouco que esteve lá ontem e constatou a alegria daquelas pessoas de poder
morar nesse tipo de habitação.
Nós, sem dúvida nenhuma, com o
planejamento que tínhamos começado na Prefeitura, vamos ter, sim, vamos cobrar,
e por isso é que estamos apoiando a proposta do Ver. Maurício Dziedricki, do
Governo, para que faça e conclua todas essas ações. Mas quero lembrar que não
basta apenas essa ação, porque quando estive na Secretaria Municipal da
Produção, Indústria e Comércio verifiquei, Ver. Bernardino Vendruscolo, a
importância que havia um planejamento entre Secretarias para que formássemos e
rearticulássemos a mão-de-obra das pessoas daquela região. Naquela região havia
um levantamento de 102 cavalos, nessas novas casas, nesses terrenos, numa baia.
Não há, portanto, condições de fazerem a reciclagem nesses espaços; dois novos
galpões foram planejados e, antes mesmo de iniciar a construção, nós fizemos um
convênio com os Profetas da Ecologia e começamos a fazer um trabalho de
reciclagem fora das habitações paupérrimas que ali existem.
Portanto, exatamente, pela ação integrada
dos órgãos públicos, nós mostramos, como mostramos a importância do Programa
Integrado da Lomba do Pinheiro, Programa Integrado do Porto Seco, nós fizemos,
e o Governo, felizmente, está dando continuidade ao Programa Integrado Entrada
da Cidade.
É dessa forma que nós agimos, é dessa
maneira que nós devemos trabalhar. Não fosse o trabalho continuado, não fosse o
esforço que nós realizamos durante anos na captação de recursos, nós não
teríamos condições de fazer as obras que já fizemos e que estão sendo
continuadas e que serão concluídas, segundo o planejamento, até 2007.
Também gostaríamos de lembrar que assim
como houve uma ação rápida, nesse caso da nossa Fundação de Assistência Social
e Comunitária, que não esquecessem - peço ao Ver. Maurício que seja também um
de nossos apoiadores das demandas que levamos à FASC, nesta semana - de um
conjunto de moradores do Centro da Cidade, particularmente da dramática
situação da Praça da Matriz, onde contei, anteontem à noite, 48 pessoas
esperando doações de alimentos, inclusive equivocadamente, porque a doação de
alimentos se faz à FASC, às entidades assistenciais. Não esquecendo também da
difícil situação dos moradores de rua - já dialogamos com a FASC sobre isso -
alojados na Praça Daltro Filho, que se encontra numa situação de calamidade
pública, dado o verdadeiro acampamento que ali se encontra, praticamente no
Centro da nossa Cidade.
O nosso olhar, portanto, sobre o conjunto
da Cidade é sempre de fiscalizador, que é o papel do Vereador. Meu caro Ver.
Maurício, seja na oposição ou na situação, o Vereador tem de ser sempre o
fiscalizador, e quando as coisas acontecem, nós apoiamos, nós damos, inclusive,
o nosso voto na Moção de Apoio de V. Exª Estaremos sempre vigilantes, cobrando.
Eu também estou apresentando uma Moção de
Apoio à SMIC e à Brigada Militar, quando a ação é bem feita merece o nosso
louvor. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Mario Fraga
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 050/05.
O
SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, é com satisfação que o PDT encaminha
favoravelmente à Moção do Ver. Maurício, dando os parabéns à Bancada do PDT e
ao Ver. Maurício por esta Moção de Apoio ao trabalho conjunto desenvolvido pela
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Secretarias, Administrações Diretas e
Indiretas do Município, diante da tragédia que ocorreu na Vila dos Papeleiros,
e que, por infelicidade daqueles moradores, ocorre pela segunda vez. Esperamos
que não ocorra mais esse azar na vida dessas pessoas; pessoas essas tão
necessitadas.
O Ver. Maurício foi muito feliz em
encaminhar essa Moção, e nós, da base de Governo, ficamos muito satisfeitos
pelo trabalho realizado, diante da emergência do problema.
O Prefeito José Fogaça esteve no local
pessoalmente e conseguiu abrigo para aquelas famílias que estavam desabrigadas
naquele momento.
Então, nós, do PDT, ficamos muito contentes com a Bancada
Trabalhista, do PTB, e, em especial, com o Ver. Maurício. Meus parabéns, Ver.
Maurício.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Elói Guimarães reassume a presidência dos
trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 050/05.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães,
demais Vereadoras, Vereadores, todos os que nos assistem, em primeiro lugar, eu
quero, em nome da Bancada do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, em meu nome
e em nome da minha Líder, a Verª Manuela, encaminhar favoravelmente à Moção do
Ver. Maurício Dziedricki.
Eu quero dizer, também, que queremos
fazer desta Moção uma manifestação de solidariedade com essas famílias que
foram atingidas por esse infortúnio, que sofreram perdas irreparáveis – mesmo
que haja toda solidariedade -, bem como quero dizer que esse problema, Ver.
Oliboni, ameaça dezenas de vilas de Porto Alegre. Nós temos, dentro da
irregularidade existente em Porto Alegre, muitas outras vilas em que a ligação
clandestina de luz, principalmente, que é uma realidade objetiva, independente
de gostarmos ou não da situação, põe em risco, diariamente, milhares de
pessoas.
Nós tivemos, inclusive, no ano passado,
uma medida da CEEE, na Zona Norte, no sentido de desligar a energia elétrica em
todas as vilas irregulares, o que também não é a solução, porque, hoje, energia
elétrica é uma questão de sobrevivência para a população que vive em áreas de
ocupação e vive em áreas irregulares.
Então, houve toda uma negociação na
Assembléia, estivemos no Ministério Público com o objetivo de que a CEEE
instalasse provisoriamente redes precárias, mas com condições mínimas de
segurança. Então eu aproveito a Moção do Ver. Maurício para trazer essa questão
à discussão. Outro dia eu me referi ao caso da Vila do Campo, ex-Vereador Zé
Valdir, na COHAB Ruben Berta. Nós já estivemos na COHAB, e é preciso uma
autorização da proprietária da área para que a CEEE instale essa rede, e até
hoje não houve, que eu saiba, essa autorização. Nós temos inúmeras áreas no
Porto Seco, para dar um exemplo, que são áreas da Prefeitura, do Município, em
que é preciso, então, que a gente previna. Porque eu desejaria não estar aqui
fazendo a Moção parabenizando o Município por uma ação rápida de apoio, assim
como o Governo Verle, num incêndio de maior proporção, teve também grande
agilidade. Porque são medidas posteriores à fatalidade, à tragédia.
O que nós temos de fazer, Ver.
Todeschini, é evitar esses acidentes. E para evitá-los é preciso, Ver. Ervino,
nesses locais onde há essas instalações elétricas extremamente precárias, que
seja permitida e possibilitada a chamada energia comunitária instalada pela
CEEE.
Por um lado nós parabenizamos o Ver.
Maurício, apoiamos a sua Moção, mas gostaríamos de ter o apoio da Casa para
seguirmos nessa luta e prevenirmos, Ver. Bernardino Vendruscolo, os acidentes,
os incêndios. Então é preciso que o Governo Municipal, nas suas áreas, autorize
a CEEE, e que a COHAB, nas suas áreas, autorize a CEEE, e assim por diante.
Concluo, encaminhando, em meu nome e em
nome da Verª Manuela, favoravelmente a essa Moção.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
050/05.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente Elói
Guimarães, Vereadoras, Vereadores, todos nós, Vereadores, no início dos
trabalhos recebemos um espelho daquilo que iríamos tratar, e hoje, na aprovação
da nossa Moção de Repúdio à Medida Provisória nº 232, no andar dos trabalhos,
fizemos um reparo a pedido dos colegas da Casa, mais precisamente dos
representantes do Partido dos Trabalhadores e seus coligados. E, causou-me
espanto, porque naquela correria o nosso assessor esqueceu-se de repetir a
palavra repúdio, mas, no corpo da Moção, dizia que nós, as pequenas e
microempresas brasileiras, não suportávamos mais aumento de impostos. Então, no
nosso entendimento, ali estava claro que era uma Moção de Repúdio. Mas, se não
bastasse isso, no espelho, que todos nós recebemos, e que foi lido pelo
Presidente, está colocado que é uma Moção de Repúdio. No entanto, a Verª
Maristela se aproveitou disso e aqui veio dizer que não entendia e que não
estava correto o nosso documento, lamentavelmente. Realmente carecia de um
pequeno reparo - na modificação acabamos omitindo a palavra repúdio -, mas no
corpo dizia do seu objetivo.
O Ver. Maurício Dziedricki, nosso
companheiro, traz numa hora oportuna essa Moção e isso vem demonstrar que a
Prefeitura e suas Secretarias realmente estão atentas àquilo que acontece e que
vem acontecendo não só naquela Vila, mas em outras vilas de Porto Alegre. A
ameaça, em outras vilas, Ver. Carrion, é iminente – em todas elas. E o Partido
que V. Exª deu sustentação ao longo de dezesseis anos, de uma forma ou de
outra, contribuiu para a criação desses favelões que estão no cinturão de Porto
Alegre. Nós todos sabemos das dificuldades que o Brasil inteiro enfrenta com a
pobreza, com a falta de emprego, mas o PT fez muito pouco a essas pessoas, e eu
tenho certeza de que o novo Governo, com o seu trabalho, vai diminuir as
favelas de Porto Alegre, e, por conseguinte, diminuir os incêndios e os infortúnios
que vêm acontecendo nos últimos tempos. Essas vilas pobres que se criaram em
volta de Porto Alegre, sem as mínimas condições de habitabilidade, sem
instalação elétrica, hidráulica, com certeza é o que vem causando esses
incêndios e outros infortúnios mais, na área da saúde, inclusive. Era isso, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento nº 050/05, de
autoria do Ver. Maurício Dziedricki. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento nº 041/05, de autoria do Ver.
Comassetto. O Ver. Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 041/05.
O
SR. COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães;
prezados colegas Vereadores e Vereadoras desta Casa, prezado público que nos
ouve, esta Moção trata, na sua essência, do Protocolo de Kyoto, que na semana
passada entrou em vigor. Referenciamos aqui o nome da Ministra Marina Silva,
por ser ela, em nível nacional, a pessoa que vem conduzindo essa política de
qualificação e de gestão ambiental, e, conseguindo, nos últimos períodos, um
avanço significativo na elaboração e constituição de políticas nacionais sob o
ponto de vista da qualificação e do desenvolvimento do Brasil.
Hoje, no jornal Zero Hora, há um artigo
assinado pelo Deputado Federal Beto Albuquerque, que trata do Pacote Verde, que
a Ministra coordenou para fazer frente aos problemas ambientais que sofremos no
País, principalmente na Amazônia; para fazer todo um enfrentamento qualificado
à máfia dos madeireiros, que hoje destrói a maior riqueza nacional que temos,
ou, podemos dizer, uma riqueza internacional, que é a Amazônia.
O Protocolo de Kyoto infelizmente ainda
não foi assinado pelo maior poluidor mundial, os Estados Unidos, mas os 141
países que assinaram esse Protocolo permitiram que ele entrasse em vigor.
Porém, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o que tem a ver o Protocolo de Kyoto
com as políticas municipais, com a atuação desta Casa, desta Câmara de Vereadores?
Pois esta Moção, este tema, tem tudo a ver com o papel das cidades, com o papel
deste Legislativo e com o papel do Executivo, pois, no momento em que temos que
discutir aqui o Plano Diretor, tendo um entendimento desse potencial que é a
qualidade ambiental, nós vamos discutir quais as reservas ambientais que temos
que manter em Porto Alegre, do Lami à Zona Norte, qual é a relação que temos
que ter com os projetos de desenvolvimento e qualificação do lago Guaíba; temos
que ver com a política de energia, ou seja, qual é a política que temos que
desenvolver e aplicar, como, por exemplo no transporte coletivo de Porto Alegre
no que diz respeito ao seu consumo energético.
O Brasil, com a Ministra e o Ministério
da Agricultura, lançou também o Programa de Biodiesel. Temos que fazer essa
discussão aqui e torná-lo realidade. Temos que fazer uma discussão no que diz
respeito ao modelo da industrialização que ainda há em Porto Alegre, temos que
considerar essas políticas dentro da nossa legislação municipal. Nós temos na
ocupação do território toda a qualificação que desejamos construir sob o ponto
de vista da regularização fundiária, quais as tecnologias que devemos utilizar
nos processos habitacionais, seja na habitação popular, seja no modelo de
desenvolvimento da Cidade.
Portanto, essa medida tem tudo a ver, e
também esta proposição, no que diz respeito à referência, hoje, a uma mulher, a
Marina Silva, uma guerreira que traz na sua luta todo um legado de Chico
Mendes, que traz na sua luta todos os combatentes, e as mulheres que ocupam
espaço de destaque na política nacional e na política internacional.
O Brasil, hoje, é uma referência, e
distribuí, há pouco, aos senhores e às senhoras, dois documentos: um, sob o
ponto de vista do efeito estufa, ou qual é a referência que tem em nível
mundial; e o outro, referente às premiações que Porto Alegre já ganhou no
contexto internacional, por já ter iniciado a aplicação das políticas
ambientais no que diz respeito ao seu modelo de desenvolvimento. A base para a
qualificação e a implantação do Tratado de Kyoto, em Porto Alegre, Sr.
Presidente, já existe, porém, ela é insuficiente. Esta Casa tem um compromisso,
e, por isso, peço a todos os Vereadores e Vereadoras, o apoio à nossa Moção.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
041/05.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, comunidade porto-alegrense e, agora, as novas
cidades que nos assistem pela TVCâmara, a nossa saudação. Este tema se reveste
da mais alta magnitude e importância, porque ele diz respeito à questão da
preservação das condições do clima e da água, elementos essenciais para a
manutenção da vida no planeta Terra.
Nós temos conseqüências gravíssimas do
desenvolvimento industrial nos últimos dois séculos, especialmente agravados
pelo desmatamento, pelas agressões ao meio ambiente, pela queima dos
combustíveis fósseis e pela degradação da qualidade da água e do ar. As
conseqüências disso já são sentidas há algum tempo e se agravam de maneira
muito séria, a ponto de eliminar inúmeras espécies animais e vegetais que
viviam sobre a terra; elas se agravam na medida em que nós temos grandes
catástrofes climáticas ampliadas, como, por exemplo, enchentes descontroladas,
estiagens como a que nós vivemos neste momento, aqui na Região Sul do País, em
especial no Rio Grande do Sul. Isso não é senão conseqüência do grande volume
de gases poluentes originários de combustíveis fósseis, especialmente queima de
carvão, queima de petróleo, que fizeram parte, em priscas eras, de outros
ciclos da vida e que são trazidos à superfície como elementos estranhos,
causando desequilíbrios ambientais monumentais e que precisam, sim, da atitude
enérgica das autoridades, dos Governos, das lideranças, das ONGs e de cada
cidadão na direção de se reverterem os rumos e barrar a continuidade dos
elementos que geram conseqüências nefastas para as gerações futuras.
As questões do clima e da água são,
portanto, questões essencialíssimas para a vida, porque, sem esses, nós não
teremos sequer os alimentos suficientes, não teremos sequer o ar de que
necessitamos para respirar e nem a água de que todos nós, seres vivos,
necessitamos para a vida.
Lamentavelmente, os Estados Unidos da
América, responsáveis por 25% das emissões de poluentes na atmosfera, não
quiseram aderir ao Tratado, porque isso significaria diminuir os padrões de
consumo; significaria diminuir e alterar os padrões de desenvolvimento. Ainda
bem que o Brasil ocupa um lugar especial nesse particular, porque aqui no
Brasil é que nós temos uma Floresta Amazônica, porque aqui no Brasil é que nós
temos um programa como o Proálcool, por exemplo, que vem no sentido de
controlar e evitar o efeito estufa. É aqui, no Brasil, que temos programas como
o do Biodiesel, que entrou em vigor no ano passado, e nós temos, inclusive, um
Projeto que regulamenta a sua aplicação aqui, no Município de Porto Alegre.
E temos iniciativas premiadas, como, por
exemplo, as que nós estivemos à frente lá no DMAE, que são programas de redução
de energia em níveis significativos para diminuir a emissão de poluentes. O
DMAE, através do Programa de Redução de Perdas, a Carris, com o uso de
computadores a bordo, que diminui os poluentes nos ônibus, são iniciativas
importantes que somam nessa direção e, portanto, essa Moção merece o apoio
desta Casa e de todas as Casas Legislativas do Brasil, de todos os governos, de
todas as autoridades, para que o Brasil seja um elemento central, porque isso
diz respeito também ao nosso futuro desenvolvimento e ao nosso retorno aos
níveis sustentáveis, para o bem-estar de toda a sociedade brasileira e mundial.
Muito obrigado, senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 041/05.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, nós estamos discutindo uma Moção de Apoio
apresentada pelo Ver. Comassetto à atuação da Ministra Marina Silva pela defesa
em relação à implantação do Protocolo de Kyoto. Eu acho que essa é uma
discussão extremamente relevante, pela importância política de um Protocolo
aprovado, de um instrumento aprovado pela ONU desde de 1997, e que até agora
ainda não tinha sido implantado pelas exigências necessárias desse próprio
acordo. O Protocolo de Kyoto refere-se a um dos temas mais importantes para a
humanidade no século XX, trata da questão ambiental, que enfrenta problemas
gravíssimos como o efeito estufa, a questão da poluição, e coloca limites e
exigências em relação aos países poluidores, e eu acho que é importante lembrar
que 55% dos índices de poluição são feitos por poucos países, exatamente os
países mais industrializados, que se acham no direito de definir regras, de
fazer ocupações, de invadir, de fazer pressões econômicas sobre outros países.
O mais triste desse debate internacional
foi países como os Estados Unidos, preliminarmente foi a Rússia, que depois
mudou de posição, resistindo a uma política internacional que viesse garantir o
crescimento da qualidade de vida dos seres humanos que habitam este planeta.
Pela importância do tema, pela relevância das reuniões da ONU e pelo embate
político travado para a aprovação desse Protocolo, isto já seria tema
suficiente para que este Parlamento, sendo Parlamento de uma capital importante
como Porto Alegre, demonstrasse o seu posicionamento político perante a
sociedade gaúcha e brasileira. Porém, mais do que isso, dois novos elementos eu
queria aqui colocar para as Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores na defesa desta
Moção. Primeiro: o Brasil teve sobre esta temática uma atuação tão relevante
que influenciou a definição de outros países. E eu não estou na base de apoio
ao Governo Federal, mas acho que, por uma questão de coerência, nós temos que
admitir que a presença de uma Ministra com a trajetória da Ministra do Meio
Ambiente, evidentemente influenciou nessa decisão política, até porque nós
sabemos que, dentro do Governo Federal se estabelece uma enorme luta política
sobre esse tema, e eu acho que a posição que a Ministra assumiu foi uma posição
coerente com a sua história.
E, por ultimo, Sr. Presidente, eu queria
dizer que esta não é uma temática alheia ao poder local. As definições de
estratégias políticas, na área ambiental, se referem, nítida e claramente, às
decisões políticas das Câmaras Municipais, das Câmaras de Vereadores.
Portanto, acho que a questão ambiental é
como a questão dos direitos humanos, é como a questão do direito das mulheres,
é como a questão do direito das minorias, ela não tem sigla. Ela tem de ser
considerada como um direito acima de qualquer corporação, de qualquer segmento
e de qualquer Partido.
Quero dizer que voto favorável a esta
Moção, assim como também peço aos Srs. Vereadores e às Sras. Vereadoras que a
aprovem.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 041/05.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, queremos trazer a nossa colocação a respeito do Requerimento que
está em discussão, de autoria do Ver. Comassetto, que requer Moção de
Solidariedade à Ministra Marina Silva pelo reconhecimento de sua luta no
sentido da implantação mundial do Protocolo de Kyoto.
Coloco que, em princípio, somos a favor
de qualquer ato de solidariedade que possa colaborar com os propósitos do
Protocolo de Kyoto.
Cabe, também, neste momento em que se
propõe uma Moção de Solidariedade, vermos o andamento, até então, daquilo que
nós, brasileiros, estamos fazendo a respeito dos propósitos deste Tratado.
Lamentamos, profundamente, que as medidas
mais fortes tenham sido tomadas tanto pela nossa Ministra, como pelo nosso
Governo Federal, após uma catástrofe em Anapu. Quando vidas humanas foram
ceifadas, rapidamente foram colocados os projetos necessários para evitarmos a
depredação do último pulmão de oxigênio do nosso planeta. Estávamos, até então,
perdendo a batalha da preservação da Amazônia. Estou trazendo, aqui, afirmações
do Jornalista Elio Gaspari, no Correio do Povo, em que ele coloca claramente
algumas observações que nos deixam preocupadíssimos. Ele fala, entre outras
coisas, da cedência do Governo Federal às pressões dos madeireiros; que estavam
aumentando as queimadas, a exploração da nossa Mata Amazônica, o que está
prejudicando, e isso é irrecuperável ao pulmão futuro, e é contra o Tratado de
Kyoto.
Também diz o Tratado que o Brasil - não
sei se é em 2012, ou 2016 - terá a responsabilidade de lutar pela diminuição da
poluição de CO2 e do NO2. Eu acho que esse seria um tempo muito tarde. Acho que
nós temos de nos preocupar desde agora, desde ontem, para não jogarmos na
atmosfera esses gases tão perniciosos a nós, aos nossos filhos, às gerações
futuras.
Sou favorável a essa Moção não no sentido
de torcer para que a nossa Ministra, a partir dos acontecimentos lamentáveis,
como de resto, pois parece que está se tornando corriqueiro nas administrações
públicas tomar as devidas providências só depois de um fato acontecer, depois
de uma seca, depois de uma enchente, depois de mortes. Eu acho que nós temos de
começar a prever fatos que possam acontecer e que sejam lamentáveis ao povo
brasileiro.
Quanto ao problema de Anapu, volto a
afirmar que, lamentavelmente, dói saber que só começamos a tomar consciência,
só começamos a tomar providências efetivas quando fatos tristes e infelizes
acontecem.
Eu termino a minha intervenção, Sr.
Presidente, caros colegas, referindo o que o Jornalista Elio Gaspari colocou na
sua reportagem: Se Lula perdesse menos tempo fazendo oposição internacional a
não sabe de quem, turbinando Hugo Chávez e conhecendo a Guiana, talvez pudesse
indicar a gerência da soberania nacional da Amazônia, que também preocupa, e
para ela que a morte da Irmã Dorothy pediu toda atenção. Em cima disso, S. Exa.
a Ministra Marina Silva, talvez, vá conseguir começar a vencer esta guerra,
esta luta em prol da preservação do nosso planeta Terra. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela está
com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 041/05.
A
SRA. MANUELA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, é, sem sombra de dúvida, uma grande felicidade
para a nossa Bancada do Partido Comunista do Brasil, eu e o Ver. Raul Carrion,
poder encaminhar uma Moção de Solidariedade à nossa Ministra Marina, pelo seu
papel, pelo papel jogado no que diz respeito ao Protocolo de Kyoto, pelas suas
manifestações públicas e ao trabalho e ao empenho do nosso País, porque ali a
Ministra representa o Governo Federal, o Governo do companheiro Lula, e todo o
seu esforço para trabalhar as questões do meio ambiente e a preservação
ambiental de uma maneira equilibrada, de uma maneira a vislumbrar benefícios
para toda a sociedade brasileira e para sociedade mundial.
Mas para o nosso Partido Comunista do
Brasil é impossível trabalharmos e pautarmos aqui a questão do Protocolo de
Kyoto, sem mencionarmos o grande vilão ou o grande inimigo dos povos: os
Estados Unidos da América. Nós tivemos 141 países, que são os responsáveis por
60% da emissão dos gases do efeito estufa, assinando o Protocolo de Kyoto,
comprometendo-se a implementá-lo, inclusive a tomar outros tipos de ações, como
está desenvolvendo o Governo chinês, com as chamadas “sete medidas”, que
trabalham a questão da educação, de conseguir implementar uma série de estudos
ambientais, desde as séries dos anos iniciais, nas escolas fundamentais, Verª
Neuza, trabalhando de uma maneira integrada, não só assinando o Protocolo, mas
formando gerações que compreendem o papel de seu desenvolvimento pleno dentro
de um meio ambiente equilibrado com a redução dos gases de efeito estufa.
Estes 141 países, Ver. Todeschini, emitem
juntos 60% dos gases, como eu já afirmei. Eu fiz um calculo rápido na
calculadora do meu celular, sem nenhum grande parecer técnico, e cheguei ao
resultado de que esses 141 países, cada um deles, em média, produz 0,5% do
total do que corresponde a esses 60%, enquanto que os Estados Unidos da América
emitem 20,6% dos gases e não assinaram o Protocolo de Kyoto, porque afirmam,
para o espanto da comunidade científica internacional, que os dois mil
pesquisadores de todos os continentes do mundo não têm capacidade científica e
nem técnica para provarem os efeitos nocivos desses gases para a humanidade. Ou
seja, o único responsável, um único país é responsável por quase 21% da emissão
dos gases, e não assina porque a comunidade científica internacional não tem
capacidade, na visão do Presidente George Bush - “baby Bush”, como eu chamo
aqui -, para averiguar as condições.
Isso, na opinião do nosso Partido, o
Partido Comunista do Brasil, reflete o conceito de liberdade que o Presidente
Bush tanto trata nos seus discursos, tanto traz à tona para discutir as suas
guerras, as suas guerras infinitas, chamadas guerras preventivas, inclusive,
como diz um cientista daquele país, ex-apoiador do Presidente Bush: (Lê):
“Quanto ao clima, liberdade parece significar a de ignorar as responsabilidades
dos Estados Unidos como os principais emissores de gases”. Ou seja, mais uma
vez os Estados Unidos da América, se pretendendo império, se pretendendo
aqueles que podem mandar e desmandar no mundo, tomar as suas ações como as
únicas verdadeiras, como a verdade absoluta, uma verdade quase divina. Ignoram
o anseio dos povos do mundo, ignoram os anseios da sociedade, das ciências de
todos os continentes e tratam a si mesmos como se pudessem mandar, desmandar e
dirigir o rumo da história da humanidade com seus próprios interesses, com os
milhões de dólares que argumentam que perderiam se aplicassem o Protocolo de
Kyoto. E nós temos outras grandes potências, que algumas vezes, inclusive,
cometeram equívocos nas questões ambientais, como levantava o Ver. Comassetto,
o caso da China, mas que conseguiram, por se tratar de uma questão de extrema
relevância, com o Protocolo de Kyoto, adequar-se, trabalhar e implementá-lo de
maneira mais eficiente, inclusive, o que o próprio Protocolo prevê, com mais
medidas e com complementos que integram uma série de ações daquele Governo.
Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal,
solicitada pela Verª Maristela
Maffei, o Requerimento nº 041/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Dezessete
votos SIM. (Pausa.)
Não há quórum. Por falta de quórum, estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h39min.)
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